Discurso: Romário relata a Lei de Inclusão

Como relator, o senador Romário (PSB-RJ) abriu na tarde desta quarta-feira (10) a votação do Estatuto da Pessoa com Deficiência – Lei Brasileira de Inclusão no Plenário do Senado Federal. O projeto é originalmente do senador Paulo Paim (PT-RS) e foi relatado na Câmara pela deputada Mara Gabrilli (PSDB-SP).

Assista aqui:

“Senhor Presidente,
Senhoras Senadoras e Senhores Senadores,

É com muita satisfação que trago ao exame deste Plenário o meu relatório sobre o Substitutivo da Câmara dos Deputados (SDC) nº 4, de 2015, ao Projeto de Lei do Senado nº 6, de 2003, que institui o Estatuto da Pessoa com Deficiência – Lei Brasileira da Inclusão.

Digo que minha alegria é enorme, Senhor Presidente, porque temos aqui um daqueles casos em que a atuação dos parlamentares pode assumir papel decisivo na mudança do país, corrigindo uma injustiça histórica e resgatando a dignidade de um importante segmento da população.

Como bem sabem as Senhoras e os Senhores Senadores, a luta pela inclusão das pessoas com deficiência enfrenta toda uma história de incompreensões e preconceitos.

Na Antiguidade, aceitava-se socialmente a eliminação da pessoa com deficiência, partindo-se do cruel pressuposto de que um ser humano com tal característica estaria condenado à inferioridade ou, até, à inutilidade. Mesmo quando as sociedades começaram a abolir a prática dessa barbárie, Senhor Presidente, a deficiência continuou a ser vista apenas como um defeito genético, uma aberração, que inevitavelmente colocava a pessoa em posição inferior.

No Brasil Colônia, por exemplo, optava-se pelo confinamento das pessoas com deficiência, fosse no ambiente familiar, fosse em instituições a elas reservadas ou mesmo em prisões.

Com a Revolução Industrial, as precárias condições de trabalho moldaram um cenário propício ao aparecimento de doenças e acidentes. Legiões de operários sofriam mutilações e outros danos permanentes à saúde. Surgiu, então, a abordagem médico-terapêutica da deficiência, vista como algo a ser curado para que a pessoa fosse reintegrada à sociedade e reabilitada para o mercado de trabalho.

Com o advento do Estado de Bem-Estar Social, desenvolveu-se uma visão assistencial baseada na prestação de auxílios ou amparos às pessoas com deficiência, que continuam privadas de autonomia individual e de liberdade para decidir aspectos importantes de suas vidas.

Somente nas últimas décadas, Senhoras e Senhores Senadores, é que passamos a vivenciar uma verdadeira revolução no modo de compreender a deficiência.

É uma mudança de concepção que tem sua origem na Declaração Universal dos Direitos Humanos, de 1948, e que teve seu apogeu com a promulgação da Convenção sobre os Direitos da Pessoa com Deficiência, de 2009.

Essa Convenção, consolida a substituição do paradigma da integração pelo paradigma da inclusão da pessoa com deficiência na sociedade. O foco, agora, não é mais compensar o que supostamente está errado com a pessoa, mas, sim, corrigir o que está errado com a sociedade, que a segrega por não ser capaz de derrubar as barreiras que impedem sua plena inclusão social.

É com esse espírito da inclusão que tinha sido concebido, alguns anos antes, o Projeto de Lei do Senado nº 6, de 2003, de autoria do nosso querido Senador Paulo Paim.

Nesta Casa, cabe recordar, o Projeto foi aprovado na forma do Substitutivo apresentado pelo então relator, Senador Flávio Arns, em dezembro de 2006.

Encaminhada à Câmara dos Deputados, a matéria acabou aprovada naquela Casa Revisora no último mês de março, na forma de Subemenda Substitutiva Global apresentada pela brilhante Relatora, Deputada Mara Gabrilli.

Doze anos depois de concebida, portanto, a matéria volta à Casa de origem e recebi a honrosa missão de relatá-la.

Não vou cansá-los, Senhoras e Senhores Senadores, com a leitura completa de meu Relatório, que acata o Substitutivo da Câmara dos Deputados, apenas com pequenos ajustes de redação. Ele aqui está disponível, para as consultas que se fizerem necessárias. Coloco-me também, desde já, à disposição de todos, para os esclarecimentos que julgarem oportunos.

Gostaria, no entanto, de fazer duas observações que considero essenciais: Em primeiro lugar, devo lembrar que a análise de Substitutivo da Câmara dos Deputados a Projeto de Lei do Senado Federal não nos permite ampla liberdade de alterar, nesta nova oportunidade, os textos das proposições. Conforme disposto nos artigos 285, 286 e 287 de nosso Regimento Interno, podemos somente aceitar ou rejeitar as alterações promovidas pela Câmara, além de efetuar eventuais ajustes de redação. Não temos a prerrogativa de inovar no mérito.

Essa a razão pela qual, infelizmente, não puderam ser consideradas as emendas apresentadas por colegas Senadores e, tampouco, as sugestões puderam ser amplamente debatidas. Essa discussão foi realizada no Senado de 2003 até 2006 e, na Câmara dos Deputados, de 2006 até 2015, quando pude participar daquele momento, enquanto Deputado.

Enfatizo que meus assessores ouviram a todos representantes de instituições que estiveram no meu gabinete para levar sugestões, emendas ou qualquer observação e garanto que todas as sugestões foram analisadas e muitas que aqui não puderam ser contempladas serão matérias que discutiremos futuramente.

Diante disso, faço uma segunda observação, Senhor Presidente, é a de que tenho plena consciência de que o texto aqui em análise não esgota o assunto. É quase certo que, mais à frente, novos Projetos de Lei deverão ser apresentados por mim para aprimorar o Estatuto da Pessoa com Deficiência – Lei Brasileira da Inclusão e, principalmente, para contemplar de forma mais adequada determinados segmentos.

Estou convencido de que temos aqui um texto muito bom, embora passível, no futuro, de algumas melhorias. Um texto cuja discussão já se arrastou por doze longos anos, durante os quais as pessoas com deficiência não puderam usufruir dos benefícios decorrentes de sua adoção.

Compete-nos, portanto, Senhor Presidente, Senhoras e Senhores Senadores – essa, pelo menos, é a minha opinião –, decidir se vamos aceitar o muito bom ou se vamos ficar mais doze anos discutindo em busca de um ótimo, talvez, inalcançável.

Há 10 anos, fui abençoado com o nascimento da Ivy, minha filha com síndrome de Down. A partir daí, minha sensibilidade mudou. Hoje tenho o privilégio de enxergar que a inclusão das pessoas com deficiência interessa a todos nós e é urgente. A maioria dos senadores aqui não tem deficiência, mas há quase 50 milhões de brasileiros com algum tipo de deficiência, como nossos convidados que nos assistem nas Galerias. Pessoas que nasceram ou que se tornaram deficientes devido a uma doença, um acidente, ou mesmo em decorrência da idade. Estou dizendo, Senhoras e Senhores, que, um dia, todos nós precisaremos de acessibilidade, porque, com sorte, todos nós envelheceremos.

Então, esta causa não é minha, porque sou pai de uma criança com deficiência, não é da Deputada Mara Gabrilli, que se tornou deficiente, não é do Senador Paulo Paim, autor desta lei.

Eu já despertei para a importância do tema e hoje tenho o orgulho de ser relator da Lei Brasileira de Inclusão, que tem garantias fundamentais para as pessoas com deficiência. Neste momento, eu faço um apelo a todos os Senadores e Senadoras para nos unirmos em torno desta Lei que garante um futuro melhor a pessoas com deficiência, suas famílias e toda sociedade. Sigo com a essa certeza, Senhor Presidente!

Era o que eu tinha a dizer,
Muito obrigado.

Romário Faria- PSB/RJ”.

Senado vota hoje Lei Brasileira de Inclusão

Está na pauta do Plenário, nesta quarta-feira (10), o projeto que institui o Estatuto da Pessoa com Deficiência – Lei Brasileira de Inclusão. O texto, relatado pelo senador Romário (PSB-RJ), inova em garantias sociais e adapta a legislação brasileira à Convenção Internacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência. Aprovado hoje, o estatuto vai à sanção presidencial. O texto em pauta é o substitutivo da Câmara dos Deputados (SCD 4/2015) ao projeto apresentado pelo senador Paulo Paim, em 2003. De volta ao Senado, o relator Romário propôs ajustes de redação e acatou na íntegra o substitutivo.

Para Romário, a Lei Brasileira de Inclusão (LBI) inaugura um novo paradigma no país, em que a sociedade se prepara para receber a pessoa com deficiência e não mais a pessoa com deficiência se adapta a uma sociedade que não está apta a recebê-la. “Eu trato esse tema como um dos mais importantes da minha vida”, comemora Romário.

Uma das inovações que o texto traz é ampliar a autonomia da pessoa com deficiência. De acordo com o Código Civil brasileiro (CC 10.406/2002), pessoas com deficiência estão sujeitas à curatela. A LBI especifica, no entanto, que a curatela é uma “medida extraordinária” e somente para “fins patrimoniais e negociais”.

A nova lei também assegura que a pessoa com deficiência exerça plenamente sua cidadania e direitos políticos, podendo votar e ser votada, em igualdade de oportunidades com as demais pessoas. A legislação possibilita, por exemplo, que a pessoa com deficiência seja acompanhada na cabine durante o voto; exige a adaptação dos locais de votação aos diversos tipos de deficiência e garante a participação em programas eleitorais. No exercício de cargo público, a pessoa terá assegurado o uso de tecnologias apropriadas, quando necessário.

Parecer de Romário – Entre os ajustes propostos pelo senador Romário está a incorporação do termo “Estatuto da Pessoa com Deficiência” ao nome “Lei Brasileira de Inclusão”. Essa foi uma sugestão do autor do projeto, senador Paulo Paim (PT-RS).

O relatório também ajustou termos para estender os direitos de atendimento preferencial de pessoas com deficiência aos seus acompanhantes – e não “equipará-los”–, como era mencionado no substitutivo da Câmara. Outra alteração foi a troca do termo “público” por “coletivo” quanto à acessibilidade no transporte. “O termo público poderia excluir meios coletivos, porém privados”, explica Romário.

O relatório ainda padroniza o uso do termo “Braille” na lei, em vez de “Braile”, com o objetivo respeitar o nome do criador do sistema de linguagem e de uniformizar o uso, embora ambos sejam admitidos na língua portuguesa.

Conheça algumas inovações da LBI:

Estatuto da Pessoa com Deficiência – Lei Brasileira de Inclusão
Pela lei, uma pessoa com deficiência é aquela que tem impedimentos de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, que podem obstruir a sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas.

Trabalho
Empresas com 50 a 99 empregados terão de reservar pelo menos uma vaga para pessoas com deficiência ou reabilitadas
Auxílio-Inclusão para quem exercer atividade remunerada
10% das outorgas de táxi para motoristas com deficiência
Para estimular a contratação de deficientes, a proposta muda a Lei de Licitações (8.666/1993) de maneira a permitir o uso de margens de preferência para as empresas que comprovem o cumprimento da reserva de vagas.

Saúde
O FGTS poderá ser utilizado na aquisição de órteses e próteses
Proíbe os planos de praticarem qualquer tipo de discriminação à pessoa em razão de sua deficiência

Educação
Instituições de ensino são proibidas de cobrar a mais de alunos com deficiência
10% das vagas em instituições de ensino superior ou profissional
Obriga o poder público a fomentar a publicação de livros acessíveis pelas editoras.

Mobilidade
Reserva de 2% das vagas em estacionamentos
5% dos carros de autoescolas e de locadoras de automóveis adaptados para motoristas com deficiência
10% dos carros das frotas de táxi adaptados para acesso das pessoas com deficiência

Moradia
Reserva de 3% de unidades habitacionais em programas públicos ou subsidiados com recursos públicos

Cultura
Teatros, cinemas, auditórios e estádios passam a ser obrigados a reservar espaços e assentos adaptados.

Turismo
Cota de 10% de dormitórios acessíveis em hotéis

Inclusão e cidadania
A lei foi feita para garantir o direito das pessoas com deficiência de serem incluídas na vida social em todos os aspectos.
Boletos, contas, extratos e cobranças devem ser em formato acessível
Direito a pessoa com deficiência de votar e ser votada, em igualdade de oportunidades.
Permite que pessoas com deficiência intelectual casem legalmente ou formem união estável.
10% dos computadores de lan houses com recursos de acessibilidade para pessoa com deficiência visual

Cadastro
O texto também cria o Cadastro Nacional de Inclusão da Pessoa com Deficiência com a finalidade de coletar e processar informações destinadas à formulação, gestão, monitoramento e avaliação das políticas públicas para as pessoas com deficiência e para a realização de estudos e pesquisas.

Prioridades
Várias prioridades passam a ser garantidas às pessoas com deficiência, como na tramitação processual, recebimento de precatórios, restituição do Imposto de Renda, além de serviços de proteção e socorro.

Governo vai fazer nova chamada para o Fies, diz ministro da Educação em comissão do Senado

Brasília – O ministro da Educação, Renato Janine Ribeiro, disse hoje (9) em audiência pública na Comissão de Educação, Cultura e Esporte do Senado Federal que o ministério fará uma nova chamada para o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) em 2015, ainda que com modificações nos critérios para a concessão dos benefícios. O MEC ainda estuda a quantidade de vagas que será ofertada.

Segundo Janine, as vagas serão prioritariamente concedidas para os cursos com nota quatro e cinco nos indicadores de qualidade do ministério, assim como serão priorizadas a formação de professores para a educação básica e os cursos na área da saúde e de engenharia. Receberão preferência as solicitações das regiões Norte e Nordeste.

O ministro reconheceu que 2015 será um ano difícil em termos orçamentários, devido ao corte de cerca de R$ 9 bilhões no ministério, na esteira dos ajustes do governo. O corte do MEC foi o terceiro maior entre os ministérios.

De acordo com ele, o ministério irá tentar fazer que os cortes não tenham impactos sobre os programas voltados à educação, que terão “reprogramações”. Será o caso do Ciência sem Fronteiras, do Programa Nacional de Ensino Técnico e Acesso ao Emprego (Pronatec) e do Fies. Por outro lado, merenda e transporte escolar têm financiamento garantido.

“Tudo o que é estruturante e essencial na educação, como prometeu a presidente Dilma, será preservado. Não será fácil a gestão do MEC este ano. Estamos procurando fazer o melhor de nós”, disse o ministro.

Na audiência da comissão, Renato Janine reforçou seu compromisso com as metas do Plano Nacional de Educação – como a valorização dos professores, o piso salarial nacional, os investimentos em formação continuada, a inclusão digital e a instalação de banda larga nas escolas.

Críticas dos senadores ao MEC
Os parlamentares que participaram da audiência criticaram pontos da gestão do governo atual. A senadora Simone Tebet (PMDB-MS) afirmou que o governo emite sinais contraditórios ao realizar cortes de quase 20% no MEC e pregar uma “Pátria Educadora”, em referência ao programa lançado neste ano.

Vários senadores manifestaram preocupação com o piso salarial dos professores, que não é respeitado em vários municípios. A senadora Ana Amélia (PP-RS) lembrou que é dever da União garantir o pagamento magistrados, caso os entes da federação responsáveis não tenham orçamento para tal.

O senador Ataídes Oliveira (PSDB-TO) criticou a taxa de 60% de evasão dos alunos matriculados no Pronatec, o que gerou prejuízo de cerca de R$ 8 bilhões aos cofres públicos. Antonio Anastasia (PSDB-MG) e Fátima Bezerra (PT-RN) falaram da necessidade de investimentos na carreira do magistério.

Com informações da Agência Senado e da Rádio Senado

Romário aprova relatório da Lei Brasileira de Inclusão em comissão do Senado

Brasília – A Comissão de Direitos Humanos do Senado Federal aprovou o relatório do Estatuto da Pessoa com Deficiência – Lei Brasileira de Inclusão, de autoria do Romário (PSB-RJ), nesta quarta-feira (3). A aprovação definitiva do texto deve acontecer no Plenário do Senado na próxima semana. Romário apresentou ajustes de redação e acatou na íntegra o substitutivo da Câmara dos Deputados.

Depois de 12 anos em trâmite no Congresso Nacional, a legislação está próxima de se tornar uma realidade para todas as pessoas com deficiência no país. O texto é uma adaptação da legislação brasileira à Convenção Internacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência e dá respaldo a essas pessoas para exercerem seus direitos em todas as esferas sociais.
Acesse aqui o relatório na íntegra

De acordo com Romário, a Lei Brasileira de Inclusão inaugura um novo paradigma no país, em que a sociedade se prepara para receber a pessoa com deficiência e não mais a pessoa com deficiência se adapta a uma sociedade que não está apta a recebê-la.

“Eu trato esse tema como um dos mais importantes da minha vida”, disse o senador emocionado, após a aprovação do texto.

O autor da proposta, senador Paulo Paim (PT-SP), que presidia a sessão, elogiou a atuação de Romário. “Vossa excelência tem uma história muito bonita que orgulha todos nós como um grande parlamentar. O destino com certeza conspira para o bem para a aprovação dessa lei. Caiu na sua mão relatá-lo no Senado. Eu não poderia indicar pessoa melhor”, disse Paim.

Uma das inovações que o texto traz é ampliar a autonomia da pessoa com deficiência. De acordo com o Código Civil brasileiro (CC 10.406/2002), pessoas com deficiência estão sujeitas à curatela. A Lei de Inclusão especifica, no entanto, que a curatela é uma “medida extraordinária” e somente para “fins patrimoniais e negociais”.

A nova lei também expressamente assegura que as pessoas com deficiência possam exercer plenamente sua cidadania e seus direitos políticos, podendo votar e ser votados, em igualdade de oportunidades com as demais pessoas. Exemplos previstos pela legislação são a possibilidade de a pessoa com deficiência ser acompanhada na cabine durante o voto; a adaptação dos locais de votação aos diversos tipos de deficiência e a garantia de participação em programas eleitorais. No exercício de cargo público, a pessoa terá assegurado o uso de tecnologias apropriadas, quando necessário.

Entre os ajustes propostos pelo senador Romário está a incorporação do termo “Estatuto da Pessoa com Deficiência” ao nome “Lei Brasileira de Inclusão”. Essa foi uma sugestão do autor do projeto, senador Paulo Paim (PT-RS).

O relatório também ajustou termos para estender os direitos de atendimento preferencial de pessoas com deficiência aos seus acompanhantes – e não “equipará-los”, como era mencionado no substitutivo da Câmara. Outra alteração foi a troca do termo “público” para “coletivo” quanto à acessibilidade no transporte. O temo público poderia excluir meios coletivos, porém privados.

O relatório ainda padroniza o uso do termo “Braille” na lei, em vez de “Braile”, com o objetivo respeitar o nome do criador do sistema e de uniformizar o uso, embora ambos sejam admitidos na língua portuguesa.

Histórico
A lei foi uma proposta do senador Paulo Paim, em 2003. Foi aprovada em 2006 e seguiu para a Câmara dos Deputados, onde teve relatório da deputada Mara Gabrilli (PSDB-SP) aprovado. Neste ano, o PL foi reencaminhado ao Senado e recebeu a relatoria do Romário.

Conheça algumas inovações da LBI:

– Cria o auxílio inclusão, que consiste em uma renda auxiliar para o trabalhador com deficiência.

– Proíbe escolas privadas a cobrarem mais de alunos com deficiência.

– Permite que as pessoas com deficiência votem e sejam votadas.

– Permite que pessoas com deficiência intelectual casem legalmente, além de formarem união estável.

– Permite o uso do FGTS para a compra de órteses e próteses.

– Obriga o poder público a fomentar a publicação de livros acessíveis pelas editoras.

Romário quer reunir ídolos do futebol para limpeza no esporte

O senador Romário (PSB-RJ) anunciou que vai reunir apoio de grandes nomes do futebol nacional em prol da moralização do esporte. O parlamentar, que propôs uma CPI para investigar corrupção no futebol, pretende chamar ex-jogadores que defenderam o Brasil nas décadas de 1970, 1980, 1990 e 2000 para uma conversa após a instalação da CPI. A ideia é encontrar soluções para os atuais problemas do enfrentados pelo esporte.

Da geração de 1970, Romário cita Pelé, Tostão, Gerson e Carlos Alberto Torres. De 1980, Zico, Falcão e Cerezo. Da geração de 1990, cita Bebeto, Branco, Ricardo Richa, Raí e Leonardo. Já dos grupos de 1999/2000, Ronaldo, Rivaldo, Roberto Carlos e Cafú.

“Acho que chegou a hora de a gente sentar. O futebol deu tanta coisa para a gente. Nós demos muito dentro de campo, mas agora chegou a hora tentarmos reverter tudo isso de ruim que está acontecendo no esporte”, defende. “Não quero fazer o papel de mãe da noiva. Só quero tentar unir, ouvir, falar, ver o que podemos fazer paralelamente, enquanto este presidente (da CBF) não se demite ou é preso”, acrescenta.

Para o senador, a prisão do vice-presidente da CBF, José Maria Marin, e agora a renúncia de Joseph Blatter da presidência da FIFA mostram que este é o momento para uma grande limpeza na CBF e federações estaduais de futebol. “Agora mais do que nunca esta luta não pode ser em vão. Tem que ser de todo brasileiro. Precisamos abrir a caixa preta do futebol brasileiro. A esperança é que o Brasil volte a sorrir, amar e curtir o futebol”.

Romário destaca que a luta não é só do Senado Federal, que está instalando a CPI do Futebol. O senador conta ainda o apoio do Ministério Público, Política Federal e a sociedade civil.

PL que evita penalização do torcedor por violência em estádios é aprovado pela Comissão de Esporte do Senado

O projeto de lei que altera o Estatuto do Torcedor e evita que torcedores ou clubes sejam penalizados por atos de violência individuais em estádios de futebol (PLC 121/2014) foi aprovado pela Comissão de Educação, Cultura e Esporte do Senado Federal nesta terça-feira (2). O PL ressalva, no entanto, que torcidas organizadas permaneçam respondendo civilmente e sendo penalizadas pelos atos de seus membros de forma solidária, conforme já prevê a legislação.

“A alteração do estatuto me parece coerente com a necessidade de estabelecemos o alvo adequado das punições quando há atos de violência nos estádios de futebol. Nem sempre os responsáveis são alcançados pela punição”, disse o relator do projeto, senador Álvaro Dias (PSDB-PR).

O entendimento do autor do PL, deputado Marcelo Matos (PDT-RJ), é o de que o Estatuto do Torcedor deve reafirmar o princípio constitucional de que “nenhuma pena passará da pessoa do condenado”.

Para o senador Romário (PSB-RJ), presidente da comissão, não é justo que todos os torcedores de um time, por exemplo, não possam comparecer a uma partida porque, em um jogo anterior, foram praticados atos de violência por parte de torcedores individuais.

“Clubes e torcedores pagam pelo tumulto que duas ou três pessoas causam. Uma das sanções é jogar de portões fechados. A partir dessa lei, os culpados pagarão pelos devidos crimes”, avaliou o senador. Segundo ele, a penalização tem de ser aplicada sobre os responsáveis.

O PL ainda vai à Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania e depois segue para votação em Plenário.

Comissão: Aprovado projeto de Romário que cria o Fundo de Legado Olímpico e Paralímpico

Brasília – A Comissão de Educação, Cultura e Esporte do Senado aprovou, nesta terça-feira (2), projeto de lei que cria o Fundo Nacional de Legado Olímpico e Paralímpico (PLS 26/2015). A proposta, de autoria do senador Romário, cria um fundo para financiar o esporte escolar e de alto rendimento. Os recursos também poderão ser utilizados para a manutenção do Parque Olímpico Rio 2016 e do Complexo de Deodoro.

“Só vamos transformar o Brasil em potência mundial no esporte se usarmos bem o legado olímpico que será deixado após as olimpíadas”, defendeu o autor da proposta. Romário ainda lembrou que um dos principais centros esportivos erguidos para a competição fica na Zona Oeste do Rio de Janeiro, entre a Barra da Tijuca e o Recreio. “Um local com muitas comunidades, favelas. Acredito que vamos dar muita oportunidade para essas pessoas”, afirmou.

O fundo será abastecido de fontes diversas, como repasses federais, doações privadas, fundos de investimentos regionais e parte da arrecadação de loterias federais.

Investimento na formação de atletas

Romário fez questão de inserir o esporte de base entre os projetos financiados pelo Fundo. Ele lembra que um país só consegue ganhar medalhas no alto rendimento se conseguir formar uma boa base.

O texto foi relatado pelo senador Álvaro Dias (PSDB-PR) e ainda precisa ser votado em caráter terminativo na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado.

Após reunião, Romário diz que Janot vai cooperar com CPI do Futebol

O senador Romário (PSB-RJ) se reuniu na manhã desta segunda-feira (01), como o Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot. Na pauta, a ação conjunta da procuradoria com a CPI do Futebol, que deve ser instalada nos próximos dias.

O senador Romário avaliou que a reunião foi muito positiva. “Janot está alinhado em pensamento com o que propõe a CPI do Futebol, que é a hora de fazer uma limpeza, de moralizar o esporte. Por isso, ele colocou o órgão à inteira disposição da comissão de inquérito”, disse. O senador disse ainda que a conversa serviu para deixar o procurador informado de alguns fatos que ele ainda não tinha conhecimento.

Próximo dia 15 de junho, todos os membros da CPI do Futebol terão uma reunião com o Ministério Público, a Polícia Federal, a Procuradoria Geral da República e o Ministério da Justiça. Haverá um trabalho de cooperação entre os órgãos, como a troca de documentos, por exemplo.

Demora no diagnóstico e falhas no tratamento prejudicam pessoas com lúpus

O lúpus é uma doença autoimune que afeta 150 em cada 100 mil brasileiros. O desconhecimento dos sintomas pela população, a falta de preparo das equipes de saúde primária para o diagnóstico, e as dificuldades de acesso a medicamentos modernos e tratamento adequado, principalmente pelo Sistema Único de Saúde (SUS), são alguns dos principais problemas enfrentados pelos doentes. O tema foi discutido em audiência pública da Comissão de Educação, nesta quinta-feira (28), a pedido do senador Romário.

Na ocasião, Romário assinou um projeto de lei para beneficiar as pessoas com lúpus. A proposta prevê o saque do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) para quem tem a doença, prioridade no preenchimento de vagas do Programa Universidade Para Todos (Prouni) e isenção de Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para a aquisição de automóveis.

“Eu entendo a dor dos pacientes pela falta de política pública e pela falta de interesse de órgãos que se dizem competentes, mas que infelizmente não tem competência nenhuma. Espero que leis como essa possam ser de grande beneficio e importância para os portadores”, disse.

O representante da Associação Nacional de Grupos de Pacientes Reumáticos (Anapar), Carlos Eduardo Tenório, é um exemplo dos transtornos causados por essas falhas no atendimento às pessoas com Lúpus. Dos 13 aos 32 anos, ele peregrinou em busca de tratamento sem que os médicos desconfiassem de sua condição, mesmo vivendo em São Paulo. Foram 19 anos que “trouxeram sequelas irreversíveis”, afirmou.

Depois de diagnosticado, o tratamento prolongado com o corticoide, medicamento temido por seus efeitos colaterais, trouxe mais problemas ainda, levando-o pouco tempo depois a uma aposentadoria por invalidez. “Não suporto nem ouvir a palavra “coiticoide”. E acredito que muitos pacientes também não, porque sabem as reações e os danos que trazem a nós. Nosso sonho é não ter que usar ou ter o menor uso possível dessa medicação. Existem opções, mas não temos acesso.”, lamentou.

O médico e professor da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Roger Levy, explicou que a doença é complexa, mas ao contrário de alguns anos atrás, quando 50% dos doentes morriam, hoje a expectativa de vida chega a 90%. Antes se morria da atividade da doença, hoje essa mortalidade é de 20%, revelou ainda.

Apesar disso, Levy lamentou, o que causa mais mortes são os efeitos colaterais do tratamento, principalmente o uso prolongado de corticoides, para tratar as inflamações. A utilização frequente ataca os rins, muitas vezes de forma irreversível, e causa outros males como sangramentos gastrointestinais, desgastes ósseos e nas articulações e osteoporose, afeta os olhos, causa hipertensão, além de ocasionar depressão, insônia e outras complicações.

Com informações da Agência Senado

Confirmada criação da CPI da CBF

Nenhum senador retirou até a meia-noite de quinta-feira (28), conforme a Secretaria-Geral da Mesa do Senado, a assinatura do requerimento de criação da CPI proposta para investigar a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e o comitê organizador local da Copa do Mundo FIFA 2014.

O requerimento, com 53 assinaturas, foi protocolado pelo senador Romário (PSB-RJ) e, encerrado o prazo de retirada de assinaturas, a comissão está pronta para ser instalada. Os líderes partidários têm agora cinco dias para indicar os senadores que integrarão o colegiado, o que leva em conta o cálculo de proporcionalidade das bancadas e partidos no Senado.

A comissão contará com sete membros titulares e igual número de suplentes e terá 180 dias para investigar possíveis irregularidades em contratos feitos para a realização de partidas da Seleção brasileira de futebol, de campeonatos organizados pela CBF, assim como para a realização da Copa das Confederações em 2013 e da Copa do Mundo de futebol de 2014. A instalação dependerá da indicação dos integrantes pelos partidos, o que leva em conta o cálculo de proporcionalidade das bancadas na composição do Senado. O limite de despesas da comissão será de R$ 100 mil.

A CPI da CBF será a sexta em funcionamento no Senado. As outras cinco CPIs são as seguintes: do assassinato de jovens; do CARF; das próteses; dos fundos de pensão; e do HSBC.

Discurso: Senado constitui a CPI do futebol

O senador Romário subiu ao plenário do Senado na tarde desta quinta-feira para discursar sobre a constituição da CPI do Futebol.

O requerimento da CPI recebeu 54 assinaturas e foi lido em Plenário. Agora os líderes dos partidos devem indicar os membros da comissão o mais rápido possível.

O relator e o presidente serão definidos logo após esta indicação. Romário manifestou o interesse de ser o relator da CPI. O colegiado vai investigar os contratos de patrocínio da CBF, os jogos organizados pela CBF para a Seleção Brasileira, contratos da Copa das Confederações, Copa do Mundo e torneios nacionais.

“O Marin está preso e este é o momento oportuno para fazermos uma verdadeira devassa na CBF, a Casa Bandida do Futebol. Assim como o Marin, comprovadamente um ladrão, ainda temos de tirar outro câncer do futebol, o atual presidente da CBF, Marco Polo Del Nero”, disse.

O senador lamentou a possibilidade de o atual presidente da Federação Internacional de Futebol (Fifa), Joseph Blatter, ser reeleito pela 5ª vez consecutiva na próxima sexta-feira (30), quando a Fifa se reúne em convenção para a deliberação. “Ele completará 20 anos no poder, serão cinco mandatos seguidos. Particularmente, eu espero que ele seja preso antes de assumir um novo mandato”, disse o senador.

Leia o discurso na íntegra:
Lutar contra a corrupção no futebol é muito difícil. Às vezes chega a ser desestimulador, tamanha a dificuldade de conseguir provas para provar crimes de corrupção, lavagem de dinheiro, sonegação fiscal, evasão de divisas, propinas e extorsão.

Mas ontem, logo cedo, recebemos uma notícia que foi um alento para todos que amam o esporte, principalmente o futebol. O vice-presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) José Maria Marin foi preso na suíça em uma operação da polícia local em conjunto com o FBI dos Estados Unidos.

Várias outras autoridades do futebol mundial, senhor presidente, foram presas acusadas de participar de um esquema de corrupção que já duram 20 anos e movimentou US$ 150 milhões de dólares. Todos eles serão detidos e serão extraditados para o país americano. Podemos dizer que a polícia deu uma batida num ninho de ratos.

Todas as sete pessoas presas estavam no congresso anual da FIFA, que culminará amanhã na reeleição do presidente da entidade. Como sabemos todos, por este ser um jogo de cartas marcadas, o atual presidente da FIFA, Joseph Blatter, deve ser reconduzido ao cargo. Ele completará 20 anos no poder. Serão cinco mandatos seguidos. Particularmente, eu espero que ele seja preso antes de assumir um novo mandato.

Os concorrentes de Blatter foram desistindo aos poucos. Alegaram não ter condições de lutar contra as táticas do cartola. Um dos candidatos, o ex-jogador Figo desistiu. Figo afirmava que a FIFA não deve ser apenas uma de ganhar dinheiro. Concordo com este argumento. O objetivo da FIFA, senhora presidenta, assim como da CBF, não deve ser o lucro a qualquer custo. O futebol tem uma missão muito maior, de incluir socialmente, gerar renda, derrubar preconceitos, unir nações, etc, etc.

O nome do Brasil está hoje ligado a tudo que há de pior em termos de corrupção esportiva. Graças a um dos ratos que venho denunciando há muito tempo. A mesma pessoa que, ao lado da presidente Dilma Rousseff recebeu chefes de Estado em plena Copa do Mundo do futebol, José Maria Marin.

No caso da CBF, especificamente, as investigações do FBI citam acordos de direitos da Copa do Brasil com uma empresa de material esportivo americana assim como suborno pago por executivos de marketing esportivo relacionados à comercialização de direitos de mídia e marketing de diversas partidas da seleção brasileira e torneios organizados pela entidade. Há ainda suspeitas de que o suborno envolva contratos assinados para a realização Copa das Confederações da FIFA de 2013 e da Copa do Mundo de 2014. Essa operação poderia ter sido realizada aqui, já no ano passado, porque assim emendaríamos a vergonha dos campos com a vergonha da corrupção. Mas certamente o aparato de segurança aqui deve ter sido muito grande. Na Suíça, um país de primeiro mundo, em um hotel com vista para os Alpes Suíços, eles deveriam estar confortáveis e despreocupados quando foram surpreendidos pelas autoridades.

Infelizmente não foi a nossa polícia que prendeu, mas alguém tinha que fazer um dia. Então, parabéns ao FBI e a polícia Suíça.

Mas vamos focar no Brasil, senhor presidente. O Marin está preso e este é o momento oportuno para fazermos uma verdadeira devassa na CBF, a Casa Bandida do Futebol. Assim como o Marin, comprovadamente um ladrão, ainda temos que tirar outro câncer do futebol, o atual presidente da CBF Marco Polo Del Nero. De ontem pra hoje mais e mais informações não deixam de chegar. Já sabemos por exemplo que Marim, Marco Polo e Ricardo Teixeira recebiam propinas da Copa do Brasil. Segundo a investigação americana, recebiam 2 milhões de dólares. As empresas de marketing Traffic e Cleffer, ambas de marcas esportivas rateavam o pagamento do suborno.

Sra presidenta, este tipo de negociata criminosa é o modus operandi dos dirigentes da CPF e eles já foram os responsáveis pela Copa das Confederações e Copa do Mundo. Os escândalos são sucessivos, não podemos esquecer que fomos surpreendidos com a notícia da venda da Seleção Brasileira de Futebol masculino. Jogador que entra em campo por valor de marketing. Escalação feita por empresários. Tudo isso registrado em contrato. É o que comprova os contratos obtidos e divulgados pelo jornal O Estado de S. Paulo, a que tive acesso. Essas matérias também deixavam claro que a CBF praticava crimes de evasão de divisas e sonegação, ou seja, pratica.

Em 2012, como deputado, tentei instalar uma CPI através da Câmara para descobrir contratos suspeitos da CBF com a empresa aérea Tam.

Por tudo isso, tenho tentado emplacar uma CPI para investigar esses criminosos. Sim, criminosos. Transações milionárias, com empresas de fachada em paraísos fiscais, como mostra a imprensa, longe dos olhos da Receita Federal, são crimes de evasão de divisas. Evasão de divisas e sonegação fiscal. Uma quadrilha camuflada pelas cores da nossa bandeira, pelo nosso patrimônio cultural e solenemente festejada ao som do hino nacional.

Não há alternativa, ou todos esses caras são presos, ou eles continuarão sugando o futebol brasileiro como sanguessugas até sua morte definitiva. O que já não está muito longe. Talvez com este novo fato, tenhamos uma sobrevida.

Para finalizar, Senhor presidente, conto com o apoio dos nobres senadores para que esta Casa faça uma apuração concreta sobre todas essas possíveis irregularidades na entidade máxima do futebol brasileiro. Ontem coletei assinaturas para instalação de uma CPI do futebol. Foram exatamente 54, o dobro do necessário. O requerimento de instalação já foi lido e agora aguardamos a instalação. Muito obrigado.

“Quantas Martas estamos perdendo a cada ano?”, questiona Romário em debate sobre futebol feminino

O senador Romário (PSB-RJ) criticou hoje (27) o desprestígio do futebol feminino no Brasil e, sobretudo, o desperdício da oportunidade de o esporte nessa modalidade ser um vetor de inclusão social e de desenvolvimento econômico. Romário participou na manhã desta quarta-feira de uma audiência pública sobre os desafios do futebol feminino na Comissão de Educação, Cultura e Esporte do Senado Federal.

“As mulheres são livres para jogar, mas a falta de acesso a instrumentos de organização, divulgação e financiamento ameaça seriamente o futuro do esporte. Vários países estão nos ultrapassando, especialmente no que diz respeito ao financiamento das categorias de base”, avaliou o senador.

Romário questionou a falta de apoio ao futebol feminino e lamentou que muitas meninas não têm a oportunidade de demonstrar e desenvolver seus talentos para o esporte.

“Quantas Martas estamos perdendo a cada ano? É justamente contra essa falta de apoio, descaso e esquecimento que a comissão hoje se insurge, servindo de espaço para debatermos a história, os desafios e, sobretudo, a oportunidade que coloca no horizonte o futebol feminino”, disse, citando Marta, a jogadora cinco vezes eleita a melhor do mundo.

Para o senador, o momento deste debate é oportuno, pois está em trâmite no Congresso Nacional a Medida Provisória (MP) nº 671, que trata do refinanciamento das dívidas de clubes e condiciona essa negociação à promoção do futebol de base e feminino.

A vice-presidente da comissão e requerente da audiência, senadora Fátima Bezerra (PT-RN), observou que a minoria feminina em posições de destaque se repete no futebol, assim como em demais áreas da sociedade brasileira. “Aqui mesmo no Senado, entre 81 senadores, somos [as mulheres] apenas 13. Essa é uma realidade que se reflete em todas as áreas”, disse.

Na audiência, foram levantados pontos relacionados ao futebol feminino não só diretamente ligados ao esporte, mas também à confiança, autoestima, liderança e igualdade. Para a coordenadora de campanha do escritório da Organização das Nações Unidas (ONU) Mulher no Brasil, Amanda Kamanchek, um ponto que não pode ser ignorado é a violência.

“Temos de ter em mente que, a cada dia, uma em cada três mulheres no mundo vai sofrer violência. Tanto em esportes quanto em outros assuntos, temos sempre que ter isso em mente”, disse a coordenadora da ONU Mulher.

De acordo com a coordenadora-geral de Direitos do Trabalho das Mulheres da Secretaria de Políticas para as Mulheres (SPM) da Presidência da República, Beatriz Gregory, ações afirmativas concretas em relação às mulheres demandam que elas estejam também em posições de comando para que elas possam impulsionar iniciativas de construção de liderança e empoderamento.

Participaram também da audiência a secretária do Esporte e Lazer do governo do Distrito Federal e ex-jogadora de vôlei, Leila Barros; a coordenadora-geral de Futebol Profissional do Ministério do Esporte e ex-jogadora de futebol, Mariléia dos Santos, conhecida como Michael Jackson; a atleta do futebol feminino, Debinha; o embaixador do Reino Unido no Brasil, Alex Ellis; e outros membros do Ministério do Esporte.

“Ladrão tem que ir para a cadeia”, diz Romário ao comentar prisão de Marin

O senador Romário (PSB-RJ) comentou na manhã desta quarta-feira (27) a prisão do vice-presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), José Maria Marin, em Zurique, na Suíça, em uma operação em conjunto entre a polícia suíça e a polícia americana. “Muitos dos corruptos e ladrões que fazem mal ao futebol foram presos. Inclusive um dos maiores do país, que se chama José Maria Marin”, declarou.

Para o senador, é uma pena que as prisões não tenham sido feitas no Brasil. “Infelizmente, não foi a nossa polícia que prendeu. Ladrão tem que ir para a cadeia. Parabenizo o FBI e especialmente a polícia suíça pela atitude. Espero que isso repercuta positivamente e que isso passe a ser aplicado na América do Sul”.

Essas declarações foram feitas durante audiência pública sobre futebol feminino realizada na Comissão de Educação, Cultura e Esporte do Senado Federal, presidida pelo senador. Romário relacionou a falta de recursos para o futebol feminino à corrupção.

“Até hoje o futebol feminino não dá lucro, não dá dinheiro. E onde não dá dinheiro, eles não podem roubar, não podem enriquecer ilicitamente, então, infelizmente, eles não apoiam como têm que fazer”, disse.

Apesar da atuação situação do futebol, Romário se diz otimista. “Graças a Deus, o que se faz aqui se paga aqui também. Essa prisão de Marin já é o início de um grande futuro para o nosso futebol, especialmente pra essa entidade, que é a mais corrupta que nós temos no futebol aqui no país, a CBF, e no mundo, a FIFA”.

A operação que prendeu Marin e outros seis dirigentes da FIFA ocorreu às vésperas da eleição da FIFA, em que o presidente da entidade, Joseph Blatter, se prepara para o seu quinto mandato. “Acredito que, com isso, alguma coisa se modifique. Existe a expectativa, pelo menos minha, de o Blatter também ser preso e de a gente conseguir colocar como dirigentes pessoas dignas e que querem ver no comando do futebol pessoas que realmente caminhem como têm que caminhar”.

Prisão
Segundo informação das autoridades suíças, Marin e outros seis presos na operação devem ser extraditados para os Estados Unidos. A procuradoria de Nova York faz a investigação. Os alvos são principalmente dirigentes da América do Sul e da Confederação de Futebol da América do Norte, Central e Carine (Concacaf).

Em audiência, Romário debate uso de anabolizantes

“Apesar de praticar menos esporte atualmente, eu não entrei nessa fase de anabolizantes, meu corpo é, graças a Deus, muito bonito naturalmente”, brincou o senador Romário. A fala foi durante uma audiência pública no Senado com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) sobre o elevado uso de esteroide e anabolizante no País.

O debate foi solicitado pelo senador Telmário Mota (PDT-RR), relator do projeto de Lei 120 de 2015, que restringe a venda das substâncias e prevê a fixação de mensagens de advertência em estabelecimentos esportivos, academias de ginástica e clubes sobre os malefícios do seu uso indiscriminado.
O senador Romário alertou que a falta de informação tem levado muitos pessoas a consumirem as substâncias. Ele lembrou ter tido colegas no esporte que usaram, mas poderiam ter evitado, caso tivessem mais acesso a informações.

Segundo dados da Anvisa, entre 2009 e 2014, o consumo de caixas de medicamentos que contêm esteroides mais que dobrou – de 113.016 caixas vendidas por ano em 2009 para 294.205 em 2014, aumento de cerca de 160%.

Os esteroides e os anabolizantes são derivados da testosterona e importantes substâncias de uso terapêutico. O problema é quando são usadas de forma contraindicada, especialmente com o objetivo de estimular o crescimento e o fortalecimento muscular – como em casos de fisiculturismo ou de ganho muscular de forma rápida.

Os efeitos colaterais são diversos, como problemas de fígado, alteração de fertilidade, distúrbios de pele e psiquiátricos, leucemia, câncer, e, no caso da mulher, virilização, devido às alterações hormonais.

Para a superintendente de Medicamentos e Produtos Biológicos da Anvisa Meiruze Sousa Freitas, que participou da audiência pública, o cuidado relacionado a essas substâncias deve ser ainda maior quando comprados via internet, devido à incidência de oferta de produtos falsificados.
De acordo com a portaria nº 344 de 1998 da Anvisa, esteroides e anabolizantes só podem ser comercializados em farmácias, por meio de prescrição médica em duas vias e com retenção de uma delas. Na caixa, deve constar tarja vermelha. A Anvisa disponibiliza uma página na internet, o Click Saudável (www.clicksaudavel.gov.br), em que podem ser acessadas informações confiáveis sobre produtos sujeitos à vigilância sanitária.

Pesquisas científicas

Romário aproveitou a audiência para cobrar da Anvisa mais agilidade na liberação de medicamentos ou substâncias para pesquisa científica no País. O parlamentar é autor do projeto de Lei (PLS) 39 de 2015, em trâmite no Senado Federal, que da celeridade à entrada de material científico no Brasil.
De acordo com o senador carioca, 76% dos cientistas brasileiros já perderam material científico na alfândega e 99% resolveram mudar os rumos das pesquisas, em virtude das dificuldades para importar reagentes.

“Essa projeto dá celeridade à entrada de algumas substâncias que são de grande importância até para a sobrevida de algumas pessoas. Conversei com médicos, doutores, cientistas, pesquisadores e eles encontram na Anvisa um órgão que, muitas vezes, atrapalha a entrada de materiais essenciais para o desenvolvimento de medicamentos”, informou Romário na audiência.

Comissão aprova horário especial para servidor que tem filho com deficiência

A Comissão de Direitos Humanos (CDH) aprovou nesta quarta-feira um projeto (PLS 68/2015) do senador Romário que extingue a necessidade de compensação de horas de trabalho para servidores públicos federais que tenham cônjuge, filho ou dependente com deficiência.

Hoje, a lei que rege o serviço público federal (8.112/1990) permite que estes servidores com trabalhem em horário especial. A norma, no entanto, obriga a compensação de horas. Para garantir o acompanhamento de familiares ou cônjuges com deficiência, o projeto do senador exclui a exigência. A mesma lei já exime os servidores com deficiência de compensação de horas trabalhadas, mas não estende o benefício aos familiares. “É importante ressaltar que o horário especial só é permitido a servidores que comprovem a necessidade por meio de um atestado certificado por uma junta médica”, explica.

Após a aprovação da Comissão de Direitos Humanos, o projeto segue para a Comissão de Constituição e Justiça do Senado (CCJ). O presidente da Comissão de Direitos Humanos, senador Paulo Paim (PT-RS), fez uma pequena alteração no texto. O projeto fala em “deficiência física”. Com a mudança, o benefício é ampliado para todas as pessoas com deficiência.

Após a aprovação da Comissão de Direitos Humanos, o projeto segue para a Comissão de Constituição e Justiça do Senado (CCJ).

Comissão aprova projeto que concede incentivos fiscais a empresas para capacitação de pessoal

Um importante projeto de incentivo à educação foi aprovado nesta terça-feira (19) pela Comissão de Educação, Cultura e Esporte do Senado Federal, presidida pelo senador Romário (PSB-RJ). As empresas que investirem na educação de seus funcionários poderão ter dedução de imposto de renda, conforme estabelece o Projeto de Lei do Senado Federal (PLS) 37 de 2012.

O texto que passou hoje pela comissão revigora os efeitos da lei 6.297 de 1975, que instituiu a dedução no imposto de renda do dobro investido por pessoas jurídicas na capacitação e na formação de seus profissionais. De acordo com o PL 37/2012, o valor total deduzido pelas empresas não poderá exceder 10% do lucro tributável em cada exercício financeiro, podendo as despesas não deduzidas no exercício financeiro correspondente serem transferidas para dedução nos três exercícios financeiros seguintes.

As empresas podem deduzir os gastos feitos com a formação profissional de seus empregados em cursos de nível médio e superior, assim como em atividades e cursos previstos nos na Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB). Segundo estabelece o PL em trâmite, despesas com a construção ou a instalação de centros de formação profissional e com equipamentos também poderão ser deduzidas para fins de tributação.

Esse investimento não substitui ou complementa a remuneração devida ao trabalhador, tampouco incide sobre os encargos trabalhistas e previdenciários a serem pagos.

“Apesar dos avanços de cobertura em todos os níveis de ensino, a qualidade da educação básica pública ainda é bastante deficiente e a oferta de vagas nas universidades públicas não acompanha o crescimento da demanda”, avaliou o relator do projeto, senador Gladson Camelli (PP-AC), em seu parecer.

O texto já tramitou pela Câmara dos Deputados e agora segue para a Comissão de Assuntos Econômicos do Senado, em caráter terminativo.

Aprovado no Senado PL que fomenta a criação de organizações representativas de estudantes

Os senadores membros da Comissão de Educação, Cultura e Esporte do Senado Federal também votaram, nesta terça-feira (19), a favor do Projeto de Lei do Senado (PLS) 80 de 2014, que tem o objetivo de fomentar a criação de entidades representativas de estudantes de educação básica – que inclui a educação infantil, o ensino fundamental e o ensino médio. O projeto foi aprovado pela comissão em caráter terminativo e segue para a Câmara dos Deputados.

De acordo com esse PL, de relatoria do senador Aloysio Nunes (PSDB-SP), altera-se a lei 7.398 de 1985, que passaria a vigorar acrescida de texto que menciona a garantia de livre associação dos estudantes, voltada a diversas atividades, inclusive, a de monitoramento da gestão educacional e financeira da instituição à qual pertencem.

Além da livre associação, os alunos do ensino básico ainda serão incentivados a criar organizações estudantis, com autonomia de atuação. Segundo o projeto, as instituições de ensino colaborarão com os estudantes na formação dessas associações e cederão espaço físico e mobiliário para reuniões, se necessário.

Senado reconhece o caráter educacional da capoeira e permite parcerias para o ensino da atividade em escolas

A Comissão de Educação, Cultura e Esporte do Senado Federal, presidida pelo Romário (PSB-RJ), aprovou em caráter terminativo e por unanimidade, nesta terça-feira (19), o Projeto de Lei do Senado (PLS) 17 de 2014, que permite a integração do ensino da capoeira nos projetos pedagógicos de instituições públicas e privadas de ensino básico.

De acordo com o projeto, reconhece-se o caráter educacional e formativo da capoeira, assim como o valor da atividade nos âmbitos cultural e esportivo. O projeto de lei autoriza que escolas tanto públicas quanto privadas celebrem parcerias com associações ou entidades similares que representem ou reúnam profissionais de capoeira.

Segundo o PLS, conforme foi aprovado na comissão, não há necessidade de que capoeira esteja inserida somente no programa pedagógico da disciplina de educação física, como estava previsto no projeto original. Dessa forma, a atividade – que pode ser enquadrada como luta, dança ou mesmo um esporte -, pode fazer parte de disciplinas como música, educação física ou sociologia. Ficará a critério das escolas como aproveitar a capoeira de forma pedagógica.

A relatoria do PLS foi do senador Otto Alencar (PSD-BA), aplaudido pelos parlamentares presentes na comissão, que ainda o assistiram tocar berimbau em homenagem aos capoeiristas.

Romário, ao presidir a Comissão, lembrou o aproveitamento da capoeira em trabalhos com pessoas com deficiência. “A capoeira é usada no tratamento dessas pessoas e isso traz melhoras de qualidade de vida”, avaliou o senador.

O PLS 17 de 2014 agora segue para deliberação na Câmara dos Deputados.