“Lição de inclusão e amor”, Romário elogia mãe que narra jogos para filho cego

O senador Romário (Pode-RJ) subiu à tribuna do Senado Federal, nesta quarta-feira (25), para relembrar a importância da inclusão das pessoas com surdez e deficiência auditiva. Nesta quinta-feira, dia 26 de setembro, se comemora o Dia Nacional dos Surdos.

A data, lembrou o senador, é uma referência a fundação da primeira Escola para Surdos do Brasil, em 1857. Os avanços alcançados desde então, são muitos, como o reconhecimento da Língua Brasileira de Sinais (Libras) como segunda língua oficial do Brasil e a aprovação da Lei Brasileira de Inclusão – Estatuto da Pessoa com Deficiência, pontuou o parlamentar. Mas, para ele, ainda há um longo caminho a ser percorrido. “Séculos não são dias, e muito ainda temos de fazer para dar cidadania e autonomia aos brasileiros e brasileiras com deficiência”, disse o senador.

O senador Romário defendeu no plenário que haja um interprete Libras em todas as comissões do Senado. Hoje, somente a Comissão de Assuntos Sociais, presidida por ele, conta com interprete em todas as reuniões.”As pessoas com deficiência auditiva não querem apenas ser ouvidas, mas participar ativamente, e com autonomia, de todo e qualquer debate que lhes seja pertinente”, afirmou.

Emoção

Romário se emocionou ao falar do prêmio da FIFA dado a Silvia Grecco por narrar para seu filho Nickollas, que é cego, todos os jogos do Palmeiras. Ela concorreu na categoria Fan Awards. Para senador, Nickollas representa os milhares de brasileiros que possuem algum tipo de deficiência. “Ao levar o seu filho com deficiência visual para o estádio, narrando as jogadas e descrevendo toda a atmosfera que envolve uma partida de futebol, Silvia nos deu uma maravilhosa lição de inclusão e amor”, pontuou.

Senado homenageia Mauricio de Sousa por inclusão social de pessoas com deficiência

Cerca de 200 crianças conheceram, nesta terça-feira (17), o cartunista Mauricio de Sousa e alguns personagens de suas histórias em quadrinhos. O encontro aconteceu no Auditório Petrônio Portella durante homenagem, promovida pelo Senado, em reconhecimento às obras do cartunista voltadas à inclusão social das pessoas com deficiência. Participaram do evento crianças com deficiência matriculadas em escolas públicas do Distrito Federal e em instituições conveniadas com o governo local, além de filhos de colaboradores da Casa.

Além da Mônica e do Cebolinha, estiveram presentes os personagens Luca, menino cadeirante inspirado nos atletas paralímpicos e fã de Herbert Vianna, vocalista do Paralamas do Sucesso que ficou paraplégico após um acidente com um ultraleve, e Dorinha, menina cega inspirada na educadora Dorina Nowill, criadora da Fundação Dorina Nowill para Cegos.

Na abertura da cerimônia, Mauricio falou sobre o esforço de trazer cada vez mais a diversidade e a inclusão para suas histórias. Segundo o cartunista, desde o início, o espírito de amizade e tolerância estavam presentes na Turma da Mônica, mas, com o tempo, ele percebeu que faltava retratar pessoas com deficiência.

—Eles [pessoas com deficiência] também têm amigos e gostam de brincar, como toda a turma. Luca, cadeirante, Dorinha, com deficiência visual, Tati, com síndrome de Down, André, dentro do Transtorno do Espectro Autista, Edu, com distrofia muscular. Todos eles vêm nos ajudando a levar à sociedade o tema da inclusão — ressaltou Mauricio.

Respeito

Na ocasião, o senador Eduardo Gomes (MDB-TO), autor do requerimento para a homenagem, afirmou que o cartunista, por meio de sua arte, ensina todos os brasileiros sobre os princípios de tolerância, respeito, amizade e amor.

— Esta homenagem vem também como um alerta para que artistas, como o Mauricio de Sousa, tenham condições de desenvolver sua arte e que sejam, mais do que nunca, orgulho para todos os brasileiros. Então, hoje, com a apresentação da Dorinha e do Luca, muito mais perto fica a arte de Mauricio de Sousa das necessidades do povo brasileiro — afirmou o parlamentar.

Para o senador Romário (Podemos-RJ), que preside a Comissão de Assuntos Sociais (CAS), onde o requerimento para a homenagem foi aprovado, os brasileiros, em geral, têm dificuldade de reconhecer as diferenças, como as doenças raras e as deficiências. Por isso, segundo ele, o trabalho do cartunista torna-se ainda mais valioso.

— Estão aí o Cebolinha, que troca o “r” pelo “l”, o caipira Chico Bento, outro encanto da garotada, e tantos outros que, apesar das diferenças, têm uma característica em comum: são amigos e se divertem juntos. Meu caro Mauricio, muito obrigado pela sua inestimável contribuição para a educação da garotada do nosso país — disse.

Também estiveram presentes na cerimônia os senadores Elmano Ferrer (Podemos-PI) e Flávio Arns (Rede-PR), além do secretário-geral da Mesa, Luiz Fernando Bandeira, da diretora-geral, Ilana Trombka, e da diretora da Secretaria de Comunicação Social (Secom), Érica Ceolin.

Alegria

Fã declarado do cartunista, o artista plástico Simon Balbo Wernik, que tem síndrome de Down, costuma utilizar os personagens da Turma da Mônica em seus trabalhos. Segundo ele, o Cascão e a Mônica estão entre seus preferidos.

— Todos eles [os personagens] têm um bom coração, mas esses dois são os que gosto mais. Sou fanático pelo trabalho do Mauricio e fiquei bem ansioso para ver os personagens pessoalmente. Estou muito feliz — salientou.

Quem também foi conhecer de perto os personagens que, até então, só tinha visto nas histórias em quadrinhos foi a pequena Helena Porto, filha do servidor Andrei Porto, lotado no gabinete do senador Jorge Kajuru (Patriota-GO).

— Eu gosto muito de todos os personagens, do Cascão, da Magali, da Mônica, e estou muito feliz porque hoje vou ver o Mauricio — disse a menina.

 

Fonte: Agência Senado

E o Juca Kfouri, hein?

Em 27 de julho deste ano, em seu blog no UOL Esporte, o exigente jornalista Juca Kfouri reconheceu que, no time que conquistou a Copa de 1994, era eu e mais dez. E reforçou: “Sem Romário o Brasil não teria vencido a Copa. Aliás, se não fosse ele talvez o Brasil nem fosse àquela Copa, classificada por Romário pelos dois gols que fez contra o Uruguai no Maracanã”.

Em 2016, o mesmo jornalista esteve na primeira sessão de depoimentos da CPI do Futebol, quando conheceu a minha proposta para se ter seriedade nas investigações, apesar do jogo pesado e desonesto armado pela CBF.

Ao final da CPI e a meu convite, Juca Kfouri prefaciou o livro que lancei, “Um olho na bola, outro no cartola – o crime organizado no futebol brasileiro”. O livro é uma síntese do relatório alternativo que apresentei à CPI do Futebol, onde estão os indícios de todas as manobras para os cartolas da CBF enriquecerem às custas da Seleção Brasileira. Kfouri leu e gostou: “Trata-se de um documento para a história”, escreveu.

Pois no domingo passado, em artigo que publicou na Folha de S.Paulo, Kfouri fez críticas à proposta que cria o clube-empresa e lascou que contam com o meu apoio para aprovar uma legislação que facilitaria a vida dos cartolas. Para ele, eu estou sendo “oportunista na vida política como foi na grande área”.

Não é a primeira vez que esse jornalista me chama de “oportunista”. Fez isso em 2015, quando não votei favoravelmente ao Profut, a lei que refinanciou a dívida dos clubes. Alertei, em discurso, que a cartolagem se beneficiaria dos privilégios da lei sem ser responsabilizada pelos desmandos financeiros, que continuariam. Não deu outra. Hoje, boa parte dos caloteiros dão uma banana para o governo, que insiste cobrá-los, mas sem poder aplicar qualquer punição. Isso é ser “oportunista”?

Naquela ocasião, o jornalista foi mais maldoso ao me chamar de “cínico”! E sabem porquê? Porque eu defendia um artigo no projeto de lei que punisse a CBF, justamente a entidade que comanda os desmandos no nosso futebol. Fui voto vencido e sai de campo como “cínico” e “oportunista”.
Hoje, cinco anos depois daquele meu posicionamento, e a continuidade do trambique, quem está com a razão? E, agora, insiste querendo me reposicionar? Com autoridade de jornalista ultrapassado? A pressa em querer informar, faz com que Kfouri desinforme os seus leitores, mesmo utilizando espaço tão nobre como o da tradicional Folha de S.Paulo.

Na verdade, o projeto para tornar clubes em empresas nem sequer foi debatido na Câmara. É só um projeto de lei, e só depois de lá ser votado é que virá para o Senado. Mas o experiente jornalista insiste em me acusar de cúmplice da ilegalidade, ignorando que a tramitação de um projeto serve justamente para se fazer as correções necessárias.

Ao me ver como “oportunista”, no campo de jogo e na política, além de maldoso o jornalista presta um desserviço ao leitor. Sem ter me consultado a respeito do que escreveu acabou mentido, o que confronta com o rigoroso nível de informação dos veículos nos quais atua.

Além de não me ouvir, Juca Kfouri não teve o trabalho de ir ao Google pesquisar os oito anos e meio de minha atuação parlamentar. E ali constatar sobre a minha atuação na Lei Brasileira de Inclusão, documento valioso para as pessoas com deficiências. Ou sobre o meu trabalho de cinco anos para incluir o medicamento Spinraza entre os distribuídos gratuitamente pelo SUS, evitando gastos milionários dos pacientes que sofrem com a Atrofia Muscular Espinhal.

A minha atuação na presidência da Comissão de Educação, Cultura e Esporte e, agora, na Comissão de Assuntos Sociais do Senado também foram ignorados, porque, já estava escrito, por ele, que sou “oportunista”, como fui no futebol.

Grotesca essa comparação do jornalista, porque, se o “oportunismo” de agora se equivale ao do meu tempo de atleta, a eficiência está em campo: como profissional da bola fui artilheiro por ele mesmo reconhecido.

Comissão libera pagamento do BPC a mais de um deficiente na mesma família

A Comissão de Direitos Humanos (CDH) aprovou nesta quinta-feira (12) a proposta que permite que o Benefício de Prestação Continuada (BPC) seja pago a mais de uma pessoa com deficiência na mesma família. Agora o projeto de lei (PL 3.260/2019) segue para votação na Comissão de Assuntos Sociais (CAS), em caráter terminativo.

Ao escrever a proposta, a senadora Mara Gabrilli (PSDB-SP) demonstrou que, se o BPC de uma pessoa com deficiência for incluído no cálculo da renda familiar per capita, um segundo membro da família com deficiente não poderia receber o benefício previsto na Lei Orgânica da Assistência Social (Lei 8.742, de 1993- Loas). Mara quer acrescentar ao Estatuto da Pessoa com Deficiência (Lei 13.146, de 2015) a determinação de que o BPC recebido por qualquer membro da família em razão de deficiência não seja computado na renda per capita da família.

O objetivo do projeto é equiparar a situação à das pessoas idosas, mencionadas no art. 20 da Loas, às quais não é negado o direito ao benefício de prestação continuada. Para a senadora, o BPC é direito de caráter pessoal e tem origem na Constituição, “não podendo, portanto, haver pessoas com deficiência e que sejam economicamente hipossuficientes que não recebam o benefício”.

O senador Romário (Podemos-RJ), relator da matéria na CDH, votou favoravelmente ao reconhecer que não há razão para que pessoas idosas e pessoas com deficiência não sejam tratadas da mesma forma, visto que sua proteção constitucional e legal é a mesma — a Constituição tem os mesmos propósitos para ambos os grupos sociais. A comissão acompanhou o voto de Romário, com unanimidade.

“A atividade legislativa que procura reduzir as desigualdades sociais não pode, sob qualquer pretexto, eximir-se de fazer valer, para as pessoas com deficiência, os mesmos direitos de outros segmentos sociais vulneráveis”, argumentou.

Fonte: Agência Senado