Na manhã desta terça-feira (21), Dia Internacional da Síndrome de Down, o senador Romário (PSB-RJ) recebeu cerca de 500 pessoas para o Seminário Ir e Vir com independência – Empoderamento de Pessoas com Síndrome de Down, com o objetivo de conscientizar sobre as possibilidades e o potencial das pessoas com a síndrome, no Senado Federal.
Com a presença de sua filha Ivy e de diversas autoridades como o Ministro da Educação, Mendonça Filho, e o ministro do Supremo Tribunal Federal, Roberto Barroso, o senador enalteceu a coragem e disposição das pessoas com Síndrome de Down. “As pessoas com síndrome de Down, sempre cheias de vida e de energia, merecem ter independência para escolher uma profissão e um trabalho, para se divertir e aprender, para praticar esportes, escolher suas turmas e ter seu lugar em qualquer espaço da vida cotidiana”, disse.
O ministro Barroso falou das diferenças das pessoas ao lembrar que existem pretos e brancos, flamenguistas e vascaínos e existem pessoas com um cromossomo a mais. Mas a conclusão do ministro é de que, no fundo, todos somos iguais. “Iguais na necessidade de amar e ser amado. Iguais na impermanência da vida. Tudo, um dia, acaba passando. Portanto, nós somos iguais na busca da felicidade e isso é, talvez, o traço mais homogêneo da nossa humanidade”, declarou sob aplausos.
Mas o dia foi de protagonismo das pessoas com Síndrome de Down. Em uma mesa, eles se revezaram ao microfone para contar suas histórias pessoais de sucesso.
Ivy, filha caçula do senador, se tornou YouTuber. No canal na internet, a pequena conta a rotina da recém-chegada adolescência. Já o esportista Ian Stuckert falou sua intensa rotina. “Hoje eu faço dança, judô e estou aprendendo fotografia com meu pai, pois eu quero ser fotógrafo”. De acordo com ele, seu o primeiro trabalho foi fotografar o casamento do irmão.
Paula Werneck, de 29 anos, está no mercado de trabalho desde os 20. De acordo com ela, a família foi o alicerce que a motivou a buscar autonomia. “Minha família me ensinou que eu tenho que cuidar de mim, tomar banho sozinha, comer sozinha, escolher minhas roupas”, explicou. A jovem também afirmou que sai sempre com os amigos e com o namorado e que sonha em morar sozinha, assim como fazer um curso de enfermagem. “Minha família sempre me ajudou a conseguir meus sonhos. É muito importante o apoio da família”, ressaltou.
Uma das estrelas convidada foi Tathi Piancastelli. Ela escreveu e atuou no espetáculo “Menina dos Meus Olhos”. Uma peça apresentada em Nova Iorque e Miami, em 2016, que foi consagrada com o Brazilian International Press Award, título de melhor espetáculo brasileiro apresentado nos EUA. “Conheço muita gente e tenho amigos no mundo todo. Viajo para diferentes cidades e conheço muitos lugares. Sou vista por muita gente e mostro que as pessoas com Síndrome de Down também podem fazer arte”, testemunhou Tathi.
A Maria Clara, de 24 anos, deixou bem claro que escolhe as próprias roupas e se arruma sozinha todos os dias. “Adoro internet e acompanho meus amigos no Facebook. Depois do trabalho vou para a academia e aos sábados faço aula de teatro. Namoro há 3 anos e, nos finais de semana, encontro com ele”. Enquanto a Liane Collares, tem 51 anos e uma extensa vida profissional. Ela diz atuar em duas frentes, a inclusão de pessoas com deficiência e das mulheres no mercado de trabalho: “O trabalho é importante na vida de qualquer pessoa, com deficiência ou não, pois o trabalho nos dá o sentido de viver e o pleno sentido da cidadania. Vocês acham que foi fácil ser incluída no mercado de trabalho? Não foi fácil, mas eu fui à luta! ”.