Nesta quarta-feira (10), o Senado Federal deu início à Comissão Parlamentar de Inquérito das Apostas Esportivas (CPIAE). Por unanimidade foram eleitos os senadores Jorge Kajuru (PSB-GO) como presidente, senador Eduardo Girão (Novo-CE) como vice-presidente e o senador Romário (PL-RJ) como relator dos trabalhos. A CPI tem como objetivo apurar denúncias e suspeitas de manipulação de resultados no futebol brasileiro, envolvendo jogadores, dirigentes e empresas de apostas. A comissão é composta por 11 senadores titulares e 7 suplentes, tendo um prazo de 180 dias para concluir os trabalhos.
Ao solicitar a instalação da CPI, Romário destacou a importância do futebol como atividade econômica e a necessidade de regulamentação e fiscalização pelo Estado. Ele citou um relatório da empresa SportRadar que colocou sob suspeita 109 jogos de futebol ocorridas em 2023 devido a possíveis manipulações relacionadas às apostas esportivas. O Brasil está no topo do ranking de jogos suspeitos de manipulação de resultados.
Romário expressou sua gratidão ao futebol e seu compromisso em proteger sua integridade. “O futebol teve um papel fundamental em minha vida e é meu dever como parlamentar e homem público em proteger o esporte da corrupção e da manipulação de resultados ligada a apostas esportivas. Me comprometo em realizar um trabalho de fôlego que passe a limpo o futebol brasileiro,” disse o senador.
O dono da Sociedade Anônima do Futebol do Botafogo, John Textor, deve ser o primeiro a prestar depoimento na comissão. Ele afirmou ter provas de manipulação na arbitragem do Campeonato Brasileiro.
“Tenho certeza que essa CPI tem alguns objetivos e eles serão alcançados. Nós sabemos dos problemas que o nosso futebol vive ao longo desses anos. Aqui são pessoas que querem, definitivamente, colocar tudo a limpo, querem abrir as caixas pretas dessas casas de apostas que existem em nosso país” afirmou o senador Romário.
As reuniões da CPIAE acontecerão nas segundas e quartas-feiras. A próxima reunião da Comissão foi marcada para próxima quarta-feira (17), quando o colegiado deve votar o plano de trabalho da investigação.
Foto: Roque de Sá/Agência Senado