Enquanto comemoramos o sucesso dos Jogos Paralímpicos, com resultados altamente positivos no campo da competição e no da organização do evento, o Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) vive a expectativa da renovação do contrato de patrocínio da Caixa Econômica Federal. A parceria já dura 12 anos e confirma o importante trabalho social desenvolvido pelo banco.
Está claro que os resultados alcançados no Rio decorreram principalmente dos investimentos públicos de longo prazo, que garantiram a continuidade de programas de treinamentos e de descobertas de talentos.
Porém, a negociação que se inicia entre a Caixa e o CPB ocorre num momento de extrema gravidade da nossa economia, com o alerta do governo federal para reduzir gastos de toda ordem, na tentativa de dar equilíbrio às contas públicas.
Este assunto ganha importante apelo hoje, quando comemoramos o “Dia Nacional do Atleta Paralímpico”. Para esta turma não há outra expressão, é “luta” mesmo! Luta pacífica e permanente, mas que precisa de constante atenção dos órgãos federais.
Lembro que as aplicações do governo em projetos esportivos para deficientes não são “gastos” passíveis de cortes no orçamento, mas “investimentos” efetivos. Paralelamente, o CPB incentiva, pelo esporte, a promoção e valorização de cidadãos, enquanto exerce a tão debatida inclusão social.
Por isso, trabalharei no Senado Federal para que se evitem cortes orçamentários em projetos olímpicos e, principalmente, nos paralímpicos, a fim de não se interromper uma programação de longo prazo desenvolvida pelo CPB, e já com vistas à preparação da equipe aos Jogos de Tóquio, em 2020. Caso contrário o desperdício de mais de uma década de apoios financeiros será inevitável; a continuidade de projetos ficará lamentavelmente prejudicada, e o desrespeito às pessoas com deficiência estará consagrado num legado de tristeza.