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Santos e São Paulo defendem melhoria na gestão do futebol

Publicado em 07 de outubro de 2015 às 19:07

A reunião desta quarta-feira (7) da CPI do Futebol ouviu os presidentes do Santos Futebol Clubes, Modesto Roma Júnior, e do São Paulo Futebol Clube, Carlos Miguel Aidar. Eles elogiaram a lei que criou o Programa de Modernização da Gestão e de Responsabilidade Fiscal do Futebol Brasileiro (Profut) e defenderam a melhoria da gestão do futebol.

O Profut é um programa de refinanciamento de dívidas dos clubes de futebol, no qual as agremiações podem se inscrever mediante a adoção de práticas de responsabilidade fiscal e administrativa. Aidar disse que a ferramenta é boa, mas que os clubes precisam ter seriedade no cumprimento de suas obrigações.

— Todos os clubes estão literalmente falidos, pela irresponsabilidade de seus gestores, que se endividam por conquistas e deixam a conta para o sucessor. O refinanciamento é bom, mas, se os clubes não se comprometerem, em breve a situação voltará a ser igual — alertou.

Roma disse acreditar que os problemas financeiros do futebol brasileiro não serão solucionados em menos de uma década, e defendeu a profissionalização dos dirigentes como um caminho para gestões administrativas mais eficientes no futuro.

— A visão que se tem do dirigente é que somos ladrões e desonestos. Isso está longe de ser verdade. O que vejo são pessoas se sacrificando para dedicar seu tempo ao futebol. Os presidentes devem passar a ter remuneração. Temos uma missão difícil e a nós cabe trabalhar com a razão, não com a paixão — afirmou.

Roma também fez críticas à atuação dos empresários de jogadores, a quem chamou de “aliciadores” e “escravizadores” que “cafetinam o futebol brasileiro”. Já Aidar sugeriu que os clubes passem a se organizar na forma de empresas, e que a legislação passe a prever isso de forma compulsória.

O senador Romário quis saber dos presidentes se a CBF havia feito pressão sobre eles para que não comparecessem à CPI. Ambos negaram. Romário perguntou também se os clubes brasileiros recebem dinheiro da confederação. Aidar e Roma explicaram que patrocinadores da CBF pagam as viagens e a hospedagem das equipes durante os campeonatos nacionais.