Ministro diz que contrapartidas para refinanciamento das dívidas dos clubes são inegociáveis
Publicado em 15 de abril de 2015 às 16:01
O ministro do Esporte, George Hilton, afirmou nesta quarta-feira (15) que o Governo não vai recuar nas contrapartidas exigidas na Medida Provisória 671 de 2015 para refinanciar as dívidas dos clubes. “Os clubes podem achar que são excessivas, mas elas são inegociáveis”, declarou Hilton, durante audiência pública na Comissão de Educação, Esporte e Cultura do Senado Federal.
De acordo com o ministro, eles não vão abrir mão de que os clubes adotem sistemas claros de flair play financeiro e trabalhista, de transparência na divulgação dos balancetes e do não comprometimento de receitas futuras. “Essas contraparidas nunca existiram nos refinanciamentos anteriores e os clubes que não adotarem, que não se enquadrarem, vão perder a condição de refinanciamento”, declarou o executivo.
A expectativa do senador Romário em relação à MP, no entanto, não é das melhores. O parlamentar que preside a Comissão de Educação, disse que o fato de um deputado que integra à chamada Bancada da CBF ser o relator da proposta já não é um bom sinal. “Minha expectativa não é muito positiva, principalmente pelo deputado Jovair Arantes ser o relator, ele já demonstrou que faz parte da Bancada da CBF”, declarou em entrevista ao final da audiência.
Para Romário, os clubes devem aceitar algumas regras, até por estarem endividados e necessitarem de ajuda. Mas ele reclama da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) estar isenta de responsabilidade no cumprimento das contrapartidas. “Se as medidas que estão ali não forem cumpridas, a CBF não terá nenhum tipo de punição”, aponta.
George Hilton quer transformar o Brasil em uma potência olímpica
O ministro também afirmou que quer transformar o Brasil em uma potência olímpica e massificar a prática de esporte.
De acordo com Hilton, o governo pretende enviar ao Congresso até o segundo semestre uma proposta que cria o Sistema Nacional de Esportes, para que a União, os estados, os municípios e também a iniciativa privada assumam responsabilidades na área, semelhante à Lei de Diretrizes e Bases da Educação. Para o ministro, a importância de um país organizar megaeventos como os Jogos Olímpicos de 2016 e a Copa do Mundo está no fortalecimento de uma rede de treinamentos e no estímulo à prática de esporte.
Investimento no futebol feminino
A senadora Fátima Bezerra pediu apoio ao futebol feminino. Para ela, os clubes que aderirem ao financiamento não poderão de maneira nenhuma deixar de investir no futebol de base e no futebol feminino.