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Romário pede que SUS disponibilize cirurgia para reverter diabetes

Publicado em 15 de fevereiro de 2017 às 16:44

Doença atinge 16 milhões de brasileiros e mata 72 mil pessoas por ano no país

Quinze quilos mais magro, depois de realizar uma cirurgia para reverter o diabetes tipo 2, o senador Romário (PSB-RJ) subiu nesta quarta-feira (15) na tribuna do Senado para falar sobre o assunto. “Estou muito bem de saúde e feliz com o resultado”, revelou.

Convivendo com o problema há sete anos, o senador contou que antes de realizar o procedimento cirúrgico, sua glicemia estava muito elevada. “Chegou a bater em 400, agora está em torno de 90. Minha expectativa é estar plenamente recuperado em poucos meses”, contou.

Animado com o resultado, o senador foi surpreendido com a informação de que a cirurgia ainda é considerada experimental no Brasil, fato que desobriga os planos de saúde a realizar o procedimento ou pagar os custos ao segurado. A cirurgia chamada de “gastrectomia vertical com interposição ileal” foi declarada “legal” pela Justiça Federal há alguns anos e, segundo o senador, entre 85% e 90% dos pacientes apresentam remissão ou cura da doença após a cirurgia. Procedimento, no entanto, não é aconselhado para qualquer pessoa.

Só no Brasil, 16 milhões de pessoas são afetadas com o diabetes, 72 mil pessoas morrem todos os anos com o problema, que também é responsável por 70% das amputações realizadas no país. De acordo com o senador, há uma epidemia da doença, que tira milhares de pessoas do mercado de trabalho todos os anos. “Apenas em 2015, O SUS gastou R$ 92 milhões com internações causadas pelo diabetes”, apontou.

O parlamentar defendeu que a cirurgia para reverter o problema seja realizada, de forma gratuita, pelo Sistema Único de Saúde para todos os brasileiros. “A redução dos gastos com medicamentos, internações e dias sem trabalhar seria bem maior que os custos da cirurgia, não tenho nenhuma dúvida disso”, defendeu.

O parlamentar declarou ainda que cirurgia vai contraria interesses econômicos. “Sei que muita coisa entra em jogo quando falamos em curar pessoas, que vão parar de tomar remédios caros. Não deveria ser assim, mas existem interesses econômicos envolvidos. Médicos, planos de saúde, laboratórios farmacêuticos e os meios de comunicação fazem parte de uma cadeia econômica que, muitas vezes, não tem interesse em acabar com essa multidão de doentes entrando pela porta dos hospitais e saindo dali direto para a farmácia. Para as pessoas que sofrem de diabetes, é uma prisão perpétua. Para alguns, é lucro certo”, apontou.