Ricardo Teixeira e Del Nero irão depor na CPI do Futebol
Publicado em 06 de abril de 2016 às 17:30
Brasília – Apesar de uma tentativa de boicote, a CPI do Futebol aprovou, na tarde desta quarta-feira (6), a convocação do ex-presidente e do presidente licenciado da CBF, Ricardo Teixeira e Marco Polo Del Nero.
De acordo com os requerimentos aprovados, também serão alvo de convocação o filho de Marco Polo Del Nero, o empresário Wagner Abrahão e o prefeito do município Boca da Mata (AL), Gustavo Dantas Feijó. O prefeito é suspeito de não ter declarado recursos repassados pela CBF para sua campanha em 2012.
As oitivas serão organizadas em duplas e devem iniciar já na próxima semana com Ricardo Teixeira e Gustavo Feijó. Seguido por Del Nero Filho e Wagner Abrahão; e, por fim, Marco Polo Del Nero e Delfim Peixoto.
Sabotagem
Apesar de ter 11 membros titulares e sete suplentes, a comissão quase não teve quórum para votar os requerimentos na tarde de hoje. Na hora da votação, apenas o presidente Romário (PSB-RJ) e os senadores Randolfe Rodrigues (PSol-AP) e Zezé Perrela (PDT-MG) estavam presentes. A tentativa de boicote foi alvo de críticas por parte do senador Randolfe. “Triste episódio este que hoje assistimos, a CPI tentando se reunir e sendo alvo deste processo de obstrução, sabotagem. Não tem outro nome para isso, esta CPI está sendo vítima de um processo de sabotagem”, pontou o senador do Amapá.
Em março, o relator da CPI, Romero Jucá orientou os membros da comissão a votarem contra novas convocações, alegando falta de material consistente que as justificassem. Hoje Randolfe relembrou o episódio e rebateu o relator. “Temos os documentos aí. E as informações são estarrecedoras sobre o esquema de corrupção às custas do futebol, responsável pela vergonha que o futebol brasileiro está passando internacionalmente”, declarou.
Romário rebate Dunga e Rinaldi
Durante a sessão, Romário se manifestou sobre as denúncias protocoladas contra ele no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar, em decorrência de pronunciamentos proferidos por ele na condição de senador e presidente da CPI.
O parlamentar lembrou o artigo 53 da Constituição Federal, que garante que deputados e senadores são invioláveis civil e penalmente, por quaisquer de suas opiniões, palavras e votos. Romário pediu o arquivamento das denúncias ao senador João Alberto, presidente do Conselho de Ética. “A prerrogativa da imunidade parlamentar é inafastável, ela protege todo e qualquer membro do Congresso Nacional, não podendo motivar processo disciplinar como pretendem os que formularam esses pedidos”, declarou.