Presidentes de federações evitam críticas à Del Nero
Publicado em 21 de outubro de 2015 às 20:19
Sete presidentes de federação compareceram nesta quarta-feira (21) à CPI do Futebol. Durante quase três horas de interrogatório, os mandatários do futebol de São Paulo, Ceará, Goiás, Pernambuco, Espírito, Rondônia e Amapá evitaram qualquer crítica ao presidente da CBF, Marco Polo Del Nero.
Outro fato curioso, foi o fato de todos os presidentes terem se negado a assinar o termo de compromisso de falar a verdade na condição de testemunha. Apenas ao final da sessão, o deputado e presidente da federação do Amapá, Roberto Goes, procurou a secretaria da comissão para assinar o termo.
Questionados pelo presidente da CPI, senador Romário (PSB-RJ), sobre ausência de Del Nero em jogos da seleção no exterior e em outros compromissos de representação da entidade fora do país, os cartolas se esquivaram de fazer críticas. Roberto Goes chegou a afirmar que a ausência “era uma decisão pessoal” do Del Nero.
Goes foi um dos principais defensores de Marco Polo durante a reunião. “É uma decisão pessoal dele não participar de qualquer evento”, afirmou. O presidente da federação do Amapá também afirmou que a administração da CBF melhorou muito com a gestão de Del Nero. Outro que saiu em defesa do mandatário do futebol nacional foi presidente da federação paulista de futebol, Reinaldo Carneiro Bastos. Para ele, é ruim não comparecer porque o país perde espaço, mas ele disse torcer para Del Nero “resolver esse assunto o mais rápido possível”, declarou.
Desde que retornou ao Brasil depois da prisão do vice-presidente da CBF, José Maria Marin, na Suíça, Del Nero não saiu mais do Brasil. O fato tem gerado constrangimento ao futebol brasileiro e pode leva-lo à expulsão da FIFA.
Perguntas
O senador Romário também questionou os dirigentes a respeito de vários aspectos de suas relações pessoais e profissionais com a diretoria da CBF. O parlamento perguntou aos presidentes das federações goiana, capixaba, rondoniense e amapaense sobre o andamento da construção de centros de treinamento – uma promessa da CBF aos estados que não sediaram a Copa do Mundo de 2014.
Em Rondônia, o terreno para a obra já foi adquirido e a previsão de inauguração do centro é dentro de seis a oito meses. No Amapá, a CBF ainda trabalha na documentação de compra do terreno, mas ele já está escolhido. Goiás e Espírito Santo ainda estão avaliando possíveis locações. Os centros de treinamento serão inicialmente administrados pela própria CBF, mas os dirigentes acreditam que a entidade buscará parceiros para isso em um segundo momento.
Romário quis saber também sobre a proximidade dos presidentes da FPF, FPF-PE e FGF com o presidente Marco Polo Del Nero, tanto em termos pessoais quanto de negócios. Carneiro Bastos (da FPF), Carvalho (da FPF-PE) e Pitta Pires (da FGF), negaram envolvimento com o mandatário da CBF.
Ao presidente da FFER, Costa Junior, Romário indagou a respeito de sua longevidade à frente da federação. Costa Junior é o único presidente da história da federação rondoniense desde sua fundação, em 1989. O dirigente garantiu que já trabalha na modificação do estatuto para limitar o número de reeleições. Essa é uma das exigências do Profut para entidades de administração do futebol.
Próxima audiência
Romário anunciou que a próxima audiência pública da CPI do Futebol será na próxima quarta-feira (28) e também receberá presidentes de federações estaduais. Os convidados serão os chefes das federações de Acre, Alagoas, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Piauí e Roraima.
Com informações da agência Senado.