Presidente de federação carioca diz ser contra golpe na CBF
Publicado em 29 de setembro de 2015 às 19:43
Em audiência na CPI do Futebol, nesta terça-feira (29), o presidente da Federação Carioca de Futebol, Rubens Lopes, disse que é contra mudança na ordem de sucessão da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). A oitiva desta terça reuniu os presidentes das federações do Rio de Janeiro e de Minas Gerais. Uma possível alteração no estatuto da entidade tem como objetivo acabar com o critério de idade para definir o primeiro sucessor do presidente.
Na prática, a mudança impediria que Delfim Peixoto, 74 anos, presidente da Federação Catarinense de Futebol (FCF) e vice-presidente mais idoso da CBF, assumisse o poder em caso de renúncia de Del Nero.
“O Estatuto da CBF é claro: no impedimento definitivo do presidente, assume aquele que tiver a condição x. Se é o mais velho, o mais bonito, o mais alto, o mais gordo, o que começa com três nome, o que tem cinco letras, não importa. Já está previamente definido há algum tempo quem assume a CBF. Qualquer coisa diferente disso é golpe”, declarou o presidente da FERJ.
Presidente da mineira, Castellar Guimarães, também se manifestou contrário ao golpe. “O por ser legalista e jurista, eu prego, evidentemente, que a regra estatutária seja obedecida, e, no caso de um afastamento definitivo, seria o Presidente de Santa Catarina, Delfim, que assumiria a CBF”, declarou.
Durante a oitiva, parlamentares e cartolas debateram sobre modelos de distribuição das cotas de televisão. Castellar defendeu o modelo inglês, onde uma parte da cota é dividida de forma igualitária entre todas aquelas equipes que disputam o campeonato; uma segunda parte é distribuída em função da classificação da equipe no campeonato anterior e uma terceira parte, em relação à audiência que aquela equipe traz para a televisão. Explicou o Castellar. “Eu acho que nós envolvemos aí critérios como meritocracia, critérios como demanda e um critério justo de uma parte razoável e igualitária entre todos os clubes”, disse.
Criação da Liga Sul-Minas-Rio
Para Rubens Lopes, a criação de uma liga de futebol é um movimento separatista, de rebeldia e extremamente prejudicial ao futebol. “Porque vai confrontar com um calendário em que já há uma atividade e que contempla clubes de menor investimento, impedindo ou prejudicando uma atividade de clubes que não têm marca suficiente para captar recursos como um Corinthians, um clube de grande porte; será uma competição paralela e irá competir com eles. Isso é extremamente prejudicial”, criticou.
A criação da liga com 13 clubes foi anunciada no último dia 10. Flamengo, Fluminense, Cruzeiro, Atlético Mineiro, Sport Club Internacional, Grêmio, Atlético Paranaense, Coritiba, Joinville, Avaí, Figueirense, Criciúma e a Associação Chapecoense de Futebol são os signatários da Liga.
Mais ponderado, o cartola mineiro disse ser favorável aos movimentos que fortalecem os clubes, mas também demonstrou preocupação com o conflito do calendário de competições.