Clubes das séries B, C e D choram dívidas, Romário volta a discordar de anistia
Publicado em 04 de dezembro de 2013 às 22:34
A comissão especial do projeto de Lei 6753 de 2013, que cria o Programa de Fortalecimento do Esporte Olímpico (Proforte), iniciou nesta quarta-feira (4) uma série audiências públicas sobre o endividamento dos clubes brasileiro. Hoje representantes de clubes das séries B, C e D falaram aos parlamentares sobre suas dívidas. Eles relataram que fora da 1ª divisão e, consequentemente, com menos chances de captar patrocínios, a capacidade de arcar com as dívidas é pequena.
“Os clubes menores não conseguem competir com os de elite, porque não têm calendário de jogos, nem investimentos”, declarou o representante do Paraná, Giovani Linke. O dirigente também apontou que a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) coloca empecilhos aos clubes pequenos para manter os de elite na primeira divisão. “Com este quadro, a tendência é o desaparecimento de clubes”, apontou.
A tarde foi de lamentações, tanto contra a Timemania, que rende menos do que deveria render, como contra a Lei Pelé, que concentra poder na mão de empresários e enfraquece os clubes. O deputado federal Romário (PSB-RJ), no entanto, não se sensibilizou. Defendeu o pagamento integral da dívida, mas prometeu ajudar na construção de uma solução para a falta de receita.
“Os clubes estão como estão por falta de competência e desonestidade. Sou a favor do fortalecimento dos clubes e da formação de atletas, mas sou contra essa anistia de 90% da dívida”, declarou. O parlamentar acredita que pode se chegar a uma solução alternativa, como a reformulação da Timemania ou uma redistribuição dos recursos da Mega-Sena.
Questionados por Romário, alguns dirigentes presentes apontaram o valor das dívidas. O presidente do Náutico de Capibaribe, João Ferreira Caldas, disse que o time deve hoje R$ 40 milhões e acrescentou que só conseguirá pagar se o Governo der condições. “Se não me der condições, não vamos chegar a lugar algum”, sentenciou.
O presidente do Botafogo de Ribeirão Preto, Gustavo Ancetti, defendeu o impulso que o projeto pode dar na formação de atletas. Para ele, no Brasil – diferente de outros países, onde as escolas e universidades formam atletas – esta formação é garantida pelos clubes. “O projeto tendo sucesso, é o caminho para a solução do esporte olímpico no Brasil”, pontuou. Ele também pediu uma reformulação da Timemania, de modo que a loteria se torne mais atrativa para a população.