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Data: 14/02/2019

Negligência na fiscalização provocou tragédia no Flamengo, afirma Romário

O senador Romário (Pode-RJ) afirmou nesta quarta-feira (13), em Plenário, que “a negligência de gestores do futebol provocou uma tragédia que não poderá ser ignorada pelo Parlamento”, referindo-se ao incêndio que causou a morte de dez jovens no centro de treinamento de futebol do Flamengo. Ele quer uma explicação da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e da Federação de Futebol do Estado do Rio (Ferj) sobre a omissão dessas entidades na fiscalização das instalações esportivas sob seu domínio.

Romário informou que tem conversado com advogados sobre a forma de responsabilizar a CBF levando em conta o artigo 29 da Lei Pelé, que determina aos clubes formadores manter instalações esportivas adequadas, sobretudo em matéria de alimentação, higiene, segurança e insalubridade.

— A CBF ignora o patrimônio humano para ficar de olho no lucro, na ganância. A CPI do Futebol nesta Casa, presidida por mim, identificou indícios criminosos naquela entidade, executados como uma quadrilha bem articulada — afirmou Romário.

O senador anunciou a apresentação do Projeto de Lei (PL) 680, de 2019, determinando que a CBF só poderá expedir certificado de clube formador mediante apresentação de alvará do Corpo de Bombeiros referente às instalações credenciadas. Outro artigo do projeto prevê que semestralmente a CBF deve apresentar relatório com o nome e data de nascimento de todos os atletas transferidos para o exterior. Romário disse que atualmente não há controle sobre essa movimentação e ninguém sabe ao certo quantos meninos estão sendo negociados fora do país.

— A CBF não deve prestar contas só às federações estaduais de futebol. A entidade é delegada pela nação para gerir e organizar o nosso maior patrimônio esportivo, que é o futebol. Por isso, temos o direito de cobrar os seus atos, principalmente o certificado de clube formador de jogadores, expedido por aquela entidade. Na tragédia que envolveu o Flamengo esse certificado revelou-se apenas um documento burocrático. Não houve visitas prévias dos cartolas às instalações de clube, foram negligentes apesar de serem responsáveis pela segurança dos atletas — afirmou.