Julho de 2004, o mundo acompanhava as
Paralimpíadas de Atenas. No interior de
Minas Gerais, o jovem Daniel Dias assistia
pela televisão o nadador paralímpico Clodoaldo
Silva ganhar seis medalhas de ouro. Nascido com
má formação congênita dos membros superiores e

da perna direita, Daniel nunca havia pensado em
disputar uma prova esportiva daquela magnitude.
“Eu vi o Clodoaldo nadando na TV, me interessei
e fui procurar saber como funciona o esporte. Me
apresentaram uma associação de natação. Em oito
aulas, eu havia aprendido os quatros estilos de nado.
Foi tudo muito rápido”, conta. Hoje, Daniel Dias nada

ao lado do ídolo Clodoaldo e acumula quinze medalhas
em Paralimpíadas (dez ouros, quatro pratas e um bronze).

É também o único esportista a vencer três vezes o troféu
Laureus, o Oscar do esporte. “Essa é a transformação que
o esporte promove. Um cara me inspirou,  eu busquei a
natação e hoje vou disputar uma Paralimpíada no meu país”,
comemora. Para o presidente do Comitê Paralímpico
Brasileiro (CPB), Andrew Parsons, esse exemplo é uma
prova do poder de transformação do esporte paralímpico.
“A gente vê claramente nessa história como um evento
desse porte, o sucesso de um medalhista pode influenciar
milhares de jovens com deficiência. Isso os traz para o
esporte e, consequentemente, promove mais saúde e inclusão.
É uma cadeia muito difícil de ser quebrada”, explica.

Julho de 2004, o mundo acompanhava as Paralimpíadas de Atenas. No interior de Minas Gerais, o jovem Daniel Dias assistia pela televisão o nadador paralímpico Clodoaldo Silva ganhar seis medalhas de ouro. Nascido com má formação congênita dos membros superiores e da perna direita, Daniel nunca havia pensado em disputar uma prova esportiva daquela magnitude. “Eu vi o Clodoaldo nadando na TV, me interessei e fui procurar saber como funciona o esporte. Me apresentaram uma associação de natação. Em oito aulas, eu havia aprendido os quatros estilos de nado. Foi tudo muito rápido”, conta. Hoje, Daniel Dias nada ao lado do ídolo Clodoaldo e acumula quinze medalhas em Paralimpíadas (dez ouros, quatro pratas e um bronze). É também o único esportista a vencer três vezes o troféu Laureus, o Oscar do esporte. “Essa é a transformação que o esporte promove. Um cara me inspirou, eu busquei a natação e hoje vou disputar uma Paralimpíada no meu país”, comemora. Para o presidente do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), Andrew Parsons, esse exemplo é umat prova do poder de transformação do esporte paralímpico. “A gente vê claramente nessa história como um evento desse porte, o sucesso de um medalhista pode influenciar milhares de jovens com deficiência. Isso os traz para o esporte e, consequentemente, promove mais saúde e inclusão. É uma cadeia muito difícil de ser quebrada”, explica.

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De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU),
a cada dólar investido no esporte, são economizados 3 dólares
em saúde. Isso porque pessoas que se exercitam regularmente
previnem doenças crônicas, estresse, ansiedade, depressão
e ainda melhoram a capacidade mental. E os reflexos positivos
são sentidos por toda a sociedade. O presidente do Comitê
Paralímpico explica que, especificamente em relação a pessoa
com deficiência, os efeitos são sentidos até no mercado de
trabalho e, consequentemente, na previdência social. Um
estudo da Escola Nacional de Saúde Pública da Fundação
Oswaldo Cruz, capitaneado pela pesquisadora Márcia da Silva
Campeão, concluiu que o esporte Paralímpico é capaz, não só
de melhorar a saúde de atletas, como também empoderar
socialmente. A pesquisadora concluiu que o esporte oferece
condições para que “o protegido, no futuro, torne-se capaz de
proteger a si mesmo”. E o esporte não discrimina ninguém,
até as pessoas com alto comprometimento motor conseguem
praticar alguma atividade. Um exemplo disso é a categoria BC3
da bocha paralímpica. “A bocha é uma das modalidades que mais
reforça a expressão de inclusão porque inclui pessoas que não
poderiam praticar nenhum outro esporte. Pessoas que poderiam
estar em uma cama pelo tamanho de suas dificuldades, estão se
incluindo, socializando”, declarou a atleta parlímpica Daniele
Martins durante os jogos Parapan-Americanos de 2015.

De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), a cada dólar investido no esporte, são economizados 3 dólares em saúde. Isso porque pessoas que se exercitam regularmente previnem doenças crônicas, estresse, ansiedade, depressão e ainda melhoram a capacidade mental. E os reflexos positivos são sentidos por toda a sociedade. O presidente do Comitê Paralímpico explica que, especificamente em relação a pessoa com deficiência, os efeitos são sentidos até no mercado de trabalho e, consequentemente, na previdência social. Um estudo da Escola Nacional de Saúde Pública da Fundação Oswaldo Cruz, capitaneado pela pesquisadora Márcia da Silva Campeão, concluiu que o esporte Paralímpico é capaz, não só de melhorar a saúde de atletas, como também empoderar socialmente. A pesquisadora concluiu que o esporte oferece condições para que “o protegido, no futuro, torne-se capaz de proteger a si mesmo”. E o esporte não discrimina ninguém, até as pessoas com alto comprometimento motor conseguem praticar alguma atividade. Um exemplo disso é a categoria BC3 da bocha paralímpica. “A bocha é uma das modalidades que mais reforça a expressão de inclusão porque inclui pessoas que não poderiam praticar nenhum outro esporte. Pessoas que poderiam estar em uma cama pelo tamanho de suas dificuldades, estão se incluindo, socializando”, declarou a atleta parlímpica Daniele Martins durante os jogos Parapan-Americanos de 2015.

Jogos Paralímpicos de Londres, prova dos 200 metros rasos.
O favorito é o sul-africano Oscar Pistorius, recordista da
categoria e considerado o melhor velocista com deficiência
da história. Na largada, ele ganha uma grande margem de
liderança à frente dos competidores. De repente, um brasileiro
ainda pouco conhecido desponta da raia sete, ultrapassa dois
competidores e, em segundos, está lado a lado de Oscar Pistorius.
Em uma arrancada sensacional, o brasileiro ultrapassa o favorito
na reta final. Com 21 segundos e 47 centésimos, Alan Fonteles
de Oliveira entra para a história com o ouro para o Brasil.
“Muitas pessoas me diziam que Pistorius estava além, que era
de outro planeta. Mas eu mostrei que não é assim. Eu também
posso fazer o meu melhor e ganhá-lo”, disse o atleta sobre a prova.

Jogos Paralímpicos de Londres, prova dos 200 metros rasos. O favorito é o sul-africano Oscar Pistorius, recordista da categoria e considerado o melhor velocista com deficiência da história. Na largada, ele ganha uma grande margem de liderança à frente dos competidores. De repente, um brasileiro ainda pouco conhecido desponta da raia sete, ultrapassa dois competidores e, em segundos, está lado a lado de Oscar Pistorius. Em uma arrancada sensacional, o brasileiro ultrapassa o favorito na reta final. Com 21 segundos e 47 centésimos, Alan Fonteles de Oliveira entra para a história com o ouro para o Brasil. “Muitas pessoas me diziam que Pistorius estava além, que era de outro planeta. Mas eu mostrei que não é assim. Eu também posso fazer o meu melhor e ganhá-lo”, disse o atleta sobre a prova.

Para garantir que o esporte continue gerando benefícios à sociedade brasileira, o senador Romário (PSB-RJ) atua em Brasília para aumentar e tornar mais eficiente a distribuição recursos na área. Em 2015, ele ajudou a aprovar a Lei Brasileira de Inclusão – Estatuto da Pessoa com Deficiência e assegurou um significativo aporte de recursos para o esporte paralímpico. Como relator da nova legislação, Romário apoiou o aumento, de 2% para 2,7%, da destinação de recursos das loterias federais para o financiamento do esporte. Desse aporte de recursos, o Comitê Paralímpico ficava com 15%. Hoje subiu para 37,04%. Com a nova lei, a previsão de arrecadação em 2016 chega a R$140 milhões. No ano passado, antes da legislação, a arrecadação foi de R$ 43 milhões. Após a aprovação no Senado, o governo queria vetar a alteração. Foi necessária a atuação do senador carioca para explicar ao Executivo que a medida não aumentava gastos. Primeiro porque os recursos são oriundos da arrecadação das loterias. Segundo porque apenas redistribuía as porcentagens do esporte olímpico e paralímpico. Só então o texto foi sancionado. “Foi uma alegria muito grande ver essa lei sancionada. O esporte paralímpico orgulha nosso país e transforma a vida de milhões de pessoas. Ainda há alguns que criticam o investimento no esporte, mas isso é uma visão estreita porque quando investimos em esporte, investimos em reabilitação, saúde, bem-estar, segurança pública. O esporte afasta o jovem da violência, promove inclusão social e previne muitas doenças”, aponta o senador. Ele também explica que o investimento na atividade esportiva não anula os outros investimentos prioritários, como saúde e educação.

Para garantir que o esporte continue gerando benefícios à sociedade brasileira, o senador Romário (PSB-RJ) atua em Brasília para aumentar e tornar mais eficiente a distribuição recursos na área. Em 2015, ele ajudou a aprovar a Lei Brasileira de Inclusão – Estatuto da Pessoa com Deficiência e assegurou um significativo aporte de recursos para o esporte paralímpico. Como relator da nova legislação, Romário apoiou o aumento, de 2% para 2,7%, da destinação de recursos das loterias federais para o financiamento do esporte. Desse aporte de recursos, o Comitê Paralímpico ficava com 15%. Hoje subiu para 37,04%. Com a nova lei, a previsão de arrecadação em 2016 chega a R$140 milhões. No ano passado, antes da legislação, a arrecadação foi de R$ 43 milhões. Após a aprovação no Senado, o governo queria vetar a alteração. Foi necessária a atuação do senador carioca para explicar ao Executivo que a medida não aumentava gastos. Primeiro porque os recursos são oriundos da arrecadação das loterias. Segundo porque apenas redistribuía as porcentagens do esporte olímpico e paralímpico. Só então o texto foi sancionado. “Foi uma alegria muito grande ver essa lei sancionada. O esporte paralímpico orgulha nosso país e transforma a vida de milhões de pessoas. Ainda há alguns que criticam o investimento no esporte, mas isso é uma visão estreita porque quando investimos em esporte, investimos em reabilitação, saúde, bem-estar, segurança pública. O esporte afasta o jovem da violência, promove inclusão social e previne muitas doenças”, aponta o senador. Ele também explica que o investimento na atividade esportiva não anula os outros investimentos prioritários, como saúde e educação.

De 2004 a 2016, os recursos destinados ao esporte paralímpico pelas loterias federais passaram, ano a ano, de R$ 12 milhões para R$ 43 milhões. Na mesma proporção, a colocação do Brasil em Paralimpíadas passou do 24º lugar, em Atenas (2004), para o 7º lugar, em Londres (2012). A participação dos atletas também aumentou. De 98 membros em Atenas, para os 278 que participarão dos Jogos no Rio, a maior delegação da história. Segundo o presidente do CPB, o impacto dos novos investimentos em número de medalhas deve aparecer principalmente a partir dos Jogos de Tóquio em 2020, mas já influenciam na preparação de atletas de base e do alto rendimento. Com os recursos, o CPB passa a ser gestor do Centro de Treinamento Paralímpico de São Paulo, casa de 15 modalidades paralímpicas. “Nós não vamos depender de outros orçamentos para administrar o centro. Isso nos dá autonomia para conseguirmos planejar a longo prazo”, explica.

Os recursos também são usados na preparação de atletas de base. São crianças e adolescentes com deficiência que ainda não disputam competições internacionais. “O impacto na base é imediato, mas esse investimento vai nos fazer alçar grandes voos em um universo de 10 anos”, avalia. O velocista Petrúcio Ferreira é um dos que já sentem a diferença. Com 19 anos, o atleta foi Ouro no Parapan de Toronto e é o homem mais rápido do planeta nos 200 metros rasos. Descoberto por um professor de educação física enquanto jogava futebol na escola, Petrúcio foi levado para as Paralimpíadas Escolares em João Pessoa em 2013. De lá, Petrúcio chamou a atenção de um olheiro do CPB e hoje treina na estrutura do alto rendimento, fruto de um convênio entre a Universidade Federal da Paraíba e o Ministério do Esporte. O local tem estrutura para o desenvolvimento de atletas de base e alto rendimento. “Vivo um sonho. Aqui é a minha segunda casa. Tenho orgulho de mostrar que é aqui onde treino para mostrar o melhor para o meu país”, se orgulha.

De 2004 a 2016, os recursos destinados ao esporte paralímpico pelas loterias federais passaram, ano a ano, de R$ 12 milhões para R$ 43 milhões. Na mesma proporção, a colocação do Brasil em Paralimpíadas passou do 24º lugar, em Atenas (2004), para o 7º lugar, em Londres (2012). A participação dos atletas também aumentou. De 98 membros em Atenas, para os 278 que participarão dos Jogos no Rio, a maior delegação da história. Segundo o presidente do CPB, o impacto dos novos investimentos em número de medalhas deve aparecer principalmente a partir dos Jogos de Tóquio em 2020, mas já influenciam na preparação de atletas de base e do alto rendimento. Com os recursos, o CPB passa a ser gestor do Centro de Treinamento Paralímpico de São Paulo, casa de 15 modalidades paralímpicas. “Nós não vamos depender de outros orçamentos para administrar o centro. Isso nos dá autonomia para conseguirmos planejar a longo prazo”, explica.

Os recursos também são usados na preparação de atletas de base. São crianças e adolescentes com deficiência que ainda não disputam competições internacionais. “O impacto na base é imediato, mas esse investimento vai nos fazer alçar grandes voos em um universo de 10 anos”, avalia. O velocista Petrúcio Ferreira é um dos que já sentem a diferença. Com 19 anos, o atleta foi Ouro no Parapan de Toronto e é o homem mais rápido do planeta nos 200 metros rasos. Descoberto por um professor de educação física enquanto jogava futebol na escola, Petrúcio foi levado para as Paralimpíadas Escolares em João Pessoa em 2013. De lá, Petrúcio chamou a atenção de um olheiro do CPB e hoje treina na estrutura do alto rendimento, fruto de um convênio entre a Universidade Federal da Paraíba e o Ministério do Esporte. O local tem estrutura para o desenvolvimento de atletas de base e alto rendimento. “Vivo um sonho. Aqui é a minha segunda casa. Tenho orgulho de mostrar que é aqui onde treino para mostrar o melhor para o meu país”, se orgulha.