Romário vai rejeitar proposta que criminaliza o funk
Publicado em 14 de junho de 2017 às 14:26
Escolhido relator da sugestão de projeto de lei que criminaliza o funk, o senador Romário (PSB-RJ) anunciou, nesta quarta-feira (14), que vai rejeitar o texto. O parlamentar se manifestou nas redes sociais e disse ser um “grande equívoco relacionar a ocorrência de eventuais atos criminosos durante os bailes funks com a manifestação artística e cultural que advém da música”.
A proposta que propõe o fim do funk no Brasil começou a tramitar no Senado Federal em 26 de maio, como sugestão de projeto de lei depois de receber 22 mil apoios no canal “e-cidadania”. O portal do Senado permite que qualquer pessoa sugira uma ideia de lei e, caso consiga 20 mil assinaturas em quatro meses, o texto passa a ser debatido no parlamento.
De acordo com Marcelo Alonso, autor da proposta de criminalização do ritmo musical, o funk atende ao interesse de criminosos, como traficantes, estupradores e pedófilos. “O funk faz apologia ao crime, fala em matar a polícia. Sou pai de família e se eu não me preocupar com o futuro, amanhã só teremos marginais”, diz Alonso.
Romário rebate os argumentos e lembra que o Código Penal já prevê mecanismos legais para combater os crimes mencionados por Alonso. “A violência, o desrespeito ao próximo, os atos de vandalismo, o uso excessivo de álcool e a exploração sexual são comuns a todas as festividades conhecidas e não são exclusividade dos bailes funk. Certamente, durante o carnaval, podemos observar as mesmas cenas que chocaram os apoiadores da presente sugestão, mas, nem por isso, sugere-se criminalizá-lo”, argumenta o senador.
Romário vai realizar uma audiência pública para debater o tema em Brasília.