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Romário critica compra de medicamento para leucemia sem registro na ANVISA

Publicado em 19 de abril de 2017 às 16:25

Na tarde desta quarta-feira (19), o senador Romário (PSB-RJ) foi à tribuna do Senado falar sobre a polêmica compra, em caráter excepcional, da medicação Leuginase, para o tratamento da leucemia infantil. O medicamento não tem o registro da ANVISA. A polêmica foi exibida em reportagem do programa Fantástico, da Rede Globo.

De acordo com a reportagem, o Ministério da Saúde não divulgou os testes clínicos que embasaram a compra do medicamento. Especialistas demonstram preocupação com o fato. “A leucemia é uma doença muito agressiva e, por isso, não pode haver dúvidas quanto ao medicamento prescrito, já que o tratamento de câncer é uma corrida contra o tempo”, declarou Romário.

Para apurar se houve irregularidade no processo de compra, o ministro da Saúde, Ricardo Barros, determinou a abertura de uma sindicância. “Essa medida é indispensável para assegurar que nenhum interesse comercial prevaleça em uma compra onde vidas humanas estão em jogo”, avaliou o senador no discurso.

O câncer é a segunda maior causa de morte no país, perdendo apenas as cerebrovasculares, segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA). Entre os agravantes do câncer está a demora no atendimento do paciente por um oncologista do Sistema Único de Saúde (SUS) que leva, em média, entre dez e doze meses, segundo pesquisa realizada pelo Conselho Regional de Medicina.

De acordo com o senador, a demora para iniciar o tratamento está ligada a falta de equipamentos, médicos, enfermeiros e, até mesmo, a quantidade e localização das unidades de atendimento oncológico. O resultado de tudo isso é estarrecedor, aponta ele. “No Rio de Janeiro, dos pacientes internados com câncer, 59% já estão em estágio avançado e, só em 2014, morreram mais de 20.000 pessoas em decorrência da doença”, informou.

Para o Romário, muitas mortes poderiam ser evitadas com um tratamento rápido e eficiente. ”O uso racional dos recursos que já existem também poderia aliviar o problema. Isso é o que gestores eficientes fazem, e isso é o que nós, senadores, precisamos cobrar de prefeitos, governadores e do governo federal”, finalizou.

Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado