CPI do Futebol

COMPROVA QUE
ORGANIZAÇÃO
CRIMINOSA ATUA
NA CBF

RELATÓRIO COM SUGESTÃO PARA INDICIAMENTO DE NOVE PESSOAS JÁ ESTÁ NO MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL, POLÍCIA FEDERAL E FIFA.

Um ano e quatro meses depois de sua instalação, a CPI do Futebol, que investigou “suspeitas de corrupção na CBF e no Comitê Organizador da Copa do Mundo no Brasil”, encerrou os trabalhos com dois relatórios: o do relator, senador Romero Jucá (PMDB-RR), e o do senador Romário (PSB-RJ), presidente da Comissão. Sem qualquer pedido de indiciamento, o documento oficial, aprovado na comissão, ficou conhecido como “chapa branca”, isto é, atendendo aos interesses dos cartolas, em geral, e os da CBF, em particular. Já o relatório alternativo, voto em separado dos senadores Romário e Randolfe Rodrigues (Rede-AP), apresentou ao Ministério Público Federal nove indicações para indiciamentos. Ao mesmo tempo, o documento foi encaminhado à FIFA, que já acusou o recebimento e pode impor sanções a dirigentes brasileiros. As conclusões do Relatório Alternativo da CPI, em 1.204 páginas, ganharam enorme destaque na mídia internacional pela consistência do texto e volume de provas de corrupção apresentados. Espanha, Itália, Estados Unidos, Inglaterra, Portugal, França, Finlândia, estão entre os países que repercutiram as conclusões da CPI com as declarações de Romário. “As minhas piores suspeitas sobre a corrupção no futebol se confirmaram, infelizmente. E esse gravíssimo problema, que vem de anos, está na raiz do vexame que foi o 7 a 1, nossa mais recente e triste derrota em campeonatos mundiais”, declarou Romário. Na última sessão da CPI, Romário sugeriu que os dois relatórios fossem aprovados como documento único: o oficial, com 380 páginas que propôs mudanças na legislação do futebol e na Lei de Lavagem de Dinheiro, e o paralelo, com as nove sugestões para indiciamentos. Mas os parlamentares, liderados pelo relator Romero Jucá e alinhados aos interesses da CBF, não aceitaram e apenas o oficial foi aprovado. A recusa foi mais um capítulo das dificuldades que Romário e Randolfe Rodrigues enfrentaram nos 14 meses de trabalho da CPI. Senadores se curvaram ao lobby da CBF e dificultaram as investigações, quer se afastando das sessões para não dar quórum para deliberar, quer não aprovando requerimentos para depoimentos à CPI. “Era claro o objetivo de não criminalizar nenhum dirigente do futebol brasileiro, empresário ou político envolvido na organização criminosa que tomou conta do futebol”, aponta Romário. Este comportamento dos parlamentares se observou mesmo diante da realidade de dirigentes que estão formalmente indiciados pela justiça norte-americana, como o ex-presidente da CBF, José Maria Marin e o empresário José Hawilla. Ambos presos nos Estados Unidos por fraude, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha em um esquema de corrupção internacional que movimentou cerca de 150 milhões de dólares (mais de 470 milhões de reais) em 24 anos.

LUTA DE ROMÁRIO CONTRA A CORRUPÇÃO NO FUTEBOL É ANTIGA

Primeiro brasileiro campeão do mundo de futebol (1994) a se tornar senador da República, Romário consegue na segunda tentativa instalar uma CPI para investigar os bastidores da gestão financeira do nosso futebol. A primeira foi no mandato de deputado federal (2011-2014). O ex-atleta reuniu provas e apresentou um pedido de investigação parlamentar e, mesmo tendo cumprindo todas as exigências regulamentares, o então presidente da Câmara, Marco Maia, não instalou a CPI. Em fevereiro de 2015, quando assumiu o mandato de senador da República, Romário solicitou apoio ao presidente da casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), para criar a CPI do Futebol. “Vamos esperar por um momento mais oportuno”, disse Renan.
O tal “momento” chegou, em 27 maio de 2015, quando a polícia norte-americana prendeu vários cartolas que estavam em Zurique para uma assembleia da FIFA, entre eles o brasileiro José Maria Marin, então vice-presidente da CBF. Renan Calheiros não teve como escapar e autorizou a CPI.

CPI NÃO
ACABOU EM PIZZA

“Não se pode afirmar que o trabalho da CPI terminou em pizza. A CPI cumpriu seu papel com excelência. Iniciamos o trabalho com a tese de que havia crimes sendo praticados por altos executivos do futebol e comprovamos isso. Cabe agora ao Ministério Público e à Polícia Federal aprofundar e concluir as investigações. Se assim o fizerem, tenho certeza que essas pessoas serão formalmente processadas e podem ir para a cadeia”, declarou o senador Romário.
Os senadores apoiaram o encaminhamento do relatório paralelo ao Ministério Público. Humberto Costa lembrou que em outras CPIs, o relatório não oficial gerou mais processos que o aprovado na comissão. Omar Aziz também manifestou confiança em mais resultados. “O seu trabalho com certeza será utilizado de forma criteriosa e transparente pelos órgãos para onde estarão sendo encaminhados”, disse a Romário. Por sua vez, Magno Malta também declarou que, em outras ocasiões, o relatório não oficial surtiu mais efeitos que o oficial.

Ainda em 2017, deve ser lançado um livro
com os bastidores da CPI do Futebol presidida
por Romário. Publicação trará detalhes sobre
como a CBF atua para encobrir crimes que
enriquecem ilicitamente seus dirigentes.

10 MEDIDAS DE MODERNIZAÇÃO

DO FUTEBOL BRASILEIRO

CPI do Futebol

COMPROVA QUE
ORGANIZAÇÃO
CRIMINOSA ATUA
NA CBF

RELATÓRIO COM SUGESTÃO PARA INDICIAMENTO DE NOVE PESSOAS JÁ ESTÁ NO MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL, POLÍCIA FEDERAL E FIFA.

Um ano e quatro meses depois de sua instalação, a CPI do Futebol, que investigou “suspeitas de corrupção na CBF e no Comitê Organizador da Copa do Mundo no Brasil”, encerrou os trabalhos com dois relatórios: o do relator, senador Romero Jucá (PMDB-RR), e o do senador Romário (PSB-RJ), presidente da Comissão. Sem qualquer pedido de indiciamento, o documento oficial, aprovado na comissão, ficou conhecido como “chapa branca”, isto é, atendendo aos interesses dos cartolas, em geral, e os da CBF, em particular. Já o relatório alternativo, voto em separado dos senadores Romário e Randolfe Rodrigues (Rede-AP), apresentou ao Ministério Público Federal nove indicações para indiciamentos. Ao mesmo tempo, o documento foi encaminhado à FIFA, que já acusou o recebimento e pode impor sanções a dirigentes brasileiros. As conclusões do Relatório Alternativo da CPI, em 1.204 páginas, ganharam enorme destaque na mídia internacional pela consistência do texto e volume de provas de corrupção apresentados. Espanha, Itália, Estados Unidos, Inglaterra, Portugal, França, Finlândia, estão entre os países que repercutiram as conclusões da CPI com as declarações de Romário. “As minhas piores suspeitas sobre a corrupção no futebol se confirmaram, infelizmente. E esse gravíssimo problema, que vem de anos, está na raiz do vexame que foi o 7 a 1, nossa mais recente e triste derrota em campeonatos mundiais”, declarou Romário. Na última sessão da CPI, Romário sugeriu que os dois relatórios fossem aprovados como documento único: o oficial, com 380 páginas que propôs mudanças na legislação do futebol e na Lei de Lavagem de Dinheiro, e o paralelo, com as nove sugestões para indiciamentos. Mas os parlamentares, liderados pelo relator Romero Jucá e alinhados aos interesses da CBF, não aceitaram e apenas o oficial foi aprovado. A recusa foi mais um capítulo das dificuldades que Romário e Randolfe Rodrigues enfrentaram nos 14 meses de trabalho da CPI. Senadores se curvaram ao lobby da CBF e dificultaram as investigações, quer se afastando das sessões para não dar quórum para deliberar, quer não aprovando requerimentos para depoimentos à CPI. “Era claro o objetivo de não criminalizar nenhum dirigente do futebol brasileiro, empresário ou político envolvido na organização criminosa que tomou conta do futebol”, aponta Romário. Este comportamento dos parlamentares se observou mesmo diante da realidade de dirigentes que estão formalmente indiciados pela justiça norte-americana, como o ex-presidente da CBF, José Maria Marin e o empresário José Hawilla. Ambos presos nos Estados Unidos por fraude, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha em um esquema de corrupção internacional que movimentou cerca de 150 milhões de dólares (mais de 470 milhões de reais) em 24 anos.

LUTA DE ROMÁRIO CONTRA A CORRUPÇÃO NO FUTEBOL É ANTIGA

Primeiro brasileiro campeão do mundo de futebol (1994) a se tornar senador da República, Romário consegue na segunda tentativa instalar uma CPI para investigar os bastidores da gestão financeira do nosso futebol. A primeira foi no mandato de deputado federal (2011-2014). O ex-atleta reuniu provas e apresentou um pedido de investigação parlamentar e, mesmo tendo cumprindo todas as exigências regulamentares, o então presidente da Câmara, Marco Maia, não instalou a CPI. Em fevereiro de 2015, quando assumiu o mandato de senador da República, Romário solicitou apoio ao presidente da casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), para criar a CPI do Futebol. “Vamos esperar por um momento mais oportuno”, disse Renan.
O tal “momento” chegou, em 27 maio de 2015, quando a polícia norte-americana prendeu vários cartolas que estavam em Zurique para uma assembleia da FIFA, entre eles o brasileiro José Maria Marin, então vice-presidente da CBF. Renan Calheiros não teve como escapar e autorizou a CPI.

CPI NÃO
ACABOU EM PIZZA

“Não se pode afirmar que o trabalho da CPI terminou em pizza. A CPI cumpriu seu papel com excelência. Iniciamos o trabalho com a tese de que havia crimes sendo praticados por altos executivos do futebol e comprovamos isso. Cabe agora ao Ministério Público e à Polícia Federal aprofundar e concluir as investigações. Se assim o fizerem, tenho certeza que essas pessoas serão formalmente processadas e podem ir para a cadeia”, declarou o senador Romário.
Os senadores apoiaram o encaminhamento do relatório paralelo ao Ministério Público. Humberto Costa lembrou que em outras CPIs, o relatório não oficial gerou mais processos que o aprovado na comissão. Omar Aziz também manifestou confiança em mais resultados. “O seu trabalho com certeza será utilizado de forma criteriosa e transparente pelos órgãos para onde estarão sendo encaminhados”, disse a Romário. Por sua vez, Magno Malta também declarou que, em outras ocasiões, o relatório não oficial surtiu mais efeitos que o oficial.

Ainda em 2017, deve ser lançado um livro
com os bastidores da CPI do Futebol presidida
por Romário. Publicação trará detalhes sobre
como a CBF atua para encobrir crimes que
enriquecem ilicitamente seus dirigentes.

10 MEDIDAS DE MODERNIZAÇÃO

DO FUTEBOL BRASILEIRO